Brasil

Aos 73 anos, Aldir Blanc morre por coronavírus no Rio de Janeiro

Um dos maior compositores da música popular brasileira, Aldir Blanc, morreu na madrugada desta segunda-feira (4) no Hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, onde estava internado com coronavírus. A informação foi divulgada pela Rádio Tupi.

Com infecção generalizada em decorrência do novo coronavírus, Aldir Blanc estava internado no CTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, desde o dia 15 de abril.

Autor de “O Bêbado e o Equilibrista”, considerada o hino da anistia, imortalizada na voz de Elis Regina no final da década de 70, entre centenas de outras composições, Blanc, de 73 anos, foi diagnosticado com Covid-19 no dia 23 de abril.

A sua filha Isabel dava quase diariamente notícias sobre o estado de saúde do pai. Nos últimos dias, ela se mostrou preocupada com o quadro agravado do compositor, que teria piorado na resposta ao tratamento.

Aldir Blanc surgiu para o público ao lado do eterno parceiro João Bosco, em 1972, em um projeto do jornal carioca O Pasquim chamado “Disco de Bolso”. Na época o semanário lançava um compacto simples, pequeno disco de vinil com duas canções. De um lado um artista consagrado, que no caso foi Tom Jobim com “Água de Março” e, do outro, a dupla com a canção “Agnus Sei”.

A dupla João Bosco e Aldir Blanc fez centenas de canções inesquecíveis como “Mestre Sala dos Mares”, “Kid Cavaquinho”, “Nação”, “Tiro de Misericórdia” entre várias outras.

G1

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Justiça Federal impõe derrota a Bolsonaro no RN e afasta reitor do IFRN nomeado pelo MEC

A juíza Gisele Leite, 4ª Vara da Justiça Federal do Rio Grande, determinou nesta sexta-feira (1) o afastamento imediato do reitor pro tempore do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Josué de Oliveira Moreira. Ele foi nomeado para o cargo pelo Ministério da Educação no dia 17 de abril mesmo sem ter participado das eleições na instituição.

A decisão liminar determina ainda que a União nomeie e dê posse ao professor José Arnóbio de Araújo Filho para o cargo de reitor do IFRN em até 24 horas. Ele venceu as eleições para o cargo em dezembro do ano passado com 48,25% dos votos válidos.

Na decisão, a juíza entendeu que a nomeação de Josué foi ilegal, já que a Medida Provisória nº 914, de 24 de dezembro de 2019, em que foi baseada determina que os efeitos não são válidos para processos de consulta que tiveram editais publicados antes dela entrar em vigência, como é o caso das eleições do IFRN.

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Crítico do fique em casa, Sikêra Jr. testa positivo para Covid-19

Apresentador do “Alerta Nacional”, da Rede TV!, Sikêra Jr. afirmou que testou positivo para a covid-19, mas desmentiu boato que circulou mais cedo pelas redes sociais, de que estaria em estado grave e com os dois pulmões comprometidos.

Na semana passada, Sikêra passou mal, foi substituído às pressas e afastado por tempo indeterminado pela direção da emissora. Na TV, ele disse ter feito o primeiro teste para covid-19, que deu negativo, e garantiu que aquele mal-estar seria apenas uma gripe. Hoje, no entanto, o apresentador de 53 anos contou que a contraprova deu positivo.

“É uma surpresa, né? A gente acha que só pega fogo na casa do vizinho. E a vida me deu essa lição. A gente não acredita enquanto não acontece com a gente, né? Enquanto acontece com o nosso vizinho, normal. Mas quando acontece conosco, a história é outra. E é isso. Estou aqui, apesar de tanta especulação”, disse ele, em entrevista ao “Alerta Nacional”, hoje.

Na mensagem, Sikêra pediu para que o brasileiro “não subestime o coronavírus, como eu fiz, é mais sério do que eu imaginava”.

“Agora estou bem, estou bem acompanhado. Estou tomando a medicação, seguindo à risca o que eles me orientaram. Pedi a Deus para que eu passe por essa. É um vírus longo, e a Ciência está brigando para conseguir uma fórmula nova”, completou.

Filha desmente boatos

Mais cedo, informações de que Sikêra teria contraído o novo coronavírus e de que estaria em estado grave, com os dois pulmões comprometidos, se espalharam rapidamente pelas redes sociais.

Em tom de revolta, Larissa Siqueira, filha do apresentador, desmentiu os boatos sobre a gravidade da doença, mas não falou nada em relação ao coronavírus.

“Meu pai está em casa, doente, mas se recuperando. E as pessoas ficam inventando coisas a respeito disso. Não acreditem. Ele não está no hospital e não está com o pulmão comprometido. Que saco!”, disse ela, por meio de seu perfil no Instagram.

Na TV, Sikêra também reclamou da fake news: “Chegaram a dizer que eu estava na UTI, com os dois pulmões comprometidos. É muita mentira. Não tem o por quê disso, colegas. Para quê? Isso só gera preocupação para a minha família inteira”, protestou.

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Com as pesquisas presenciais suspensas, Agentes do IBGE no RN vão usar cartas e telefone

A covid-19 tem atrapalhado o trabalho do IBGE também. Como as pesquisas presenciais estão suspensas, muitas pessoas não estão atendendo as ligações do IBGE ou se recusando a prestar informações por telefone.

A partir de hoje o IBGE, no Rio Grande do Norte, vai adotar uma nova estratégia para dar mais segurança às pessoas pesquisadas. O Instituto vai usar cartas e telefone para fazer os contatos com a população.

Contamos com o apoio de todos vocês para divulgar essas mudanças na abordagem dos entrevistados. Só assim vamos conseguir manter as pesquisas que divulgamos aqui para vocês e toda a sociedade. Como sempre, estamos disponíveis para entrevistas presenciais ou remotas (audioconferência, videoconferência ou telefone).

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Covid-19: Sikêra Jr. está em estado grave e com os dois pulmões comprometidos

O apresentador Sikêra Júnior está em estado grave com os dois pulmões comprometidos por causa do Coronavírus, afirmou o jornalista Ronaldo Tiradentes nesta quarta-feira (29), em seu programa de rádio.

O apresentador está afastado de seu programa na TV A Crítica/RedeTV desde o último dia 22, quando passou mal ao vivo e teve que ser substituído às pressas pela repórter Mayara Rocha.

Ele estava previsto para voltar ao ar nesta segunda-feira (27) o que não aconteceu.

ClickPB

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SC: Após reabertura do comércio, casos de Covid-19 disparam em Blumenau

A cidade de Blumenau, em Santa Catarina, registrou de um dia para o outro um aumento de 28,5% no número de casos de Covid-19. Segundo a prefeitura, o número de infectados no domingo (26) somava 167 casos. No sábado, o total era de 130 registros.

Na semana passada, um decreto do governo de Santa Catarina autorizou a reabertura de shoppings e restaurantes. Blumenau foi destaque na mídia após imagens de uma multidão na reabertura de um shopping.

Por meio de nota, a prefeitura da cidade destacou “a importância de manter o isolamento social, nos casos em que as pessoas podem se manter em casa”. E reforçou a recomendação do “uso de máscara sempre que sair de casa e a higienização frequente das mãos”.

Na segunda-feira (27), Santa Catarina informou que já há 1.476 casos confirmados de Covid-19 e 44 mortes pela doença. Blumenau é a segunda cidade com mais casos registrados no Estado, atrás apenas de Florianópolis, com 263 confirmações.

Isto É

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Casos de Covid explodem no sul da Bahia e governo avalia fechar tudo

Com 500 casos registrados da Covid-19, a região sul da Bahia tornou-se um dos principais focos de disseminação de casos do novo coronavírus no estado, acendendo o sinal de alerta do governo baiano.

Em apenas uma semana, entre 20 e 27 de abril, o número de casos em Itabuna -maior cidade da região- saltou de 40 para 148, crescimento de 260%. Na vizinha Ilhéus, cidade de forte apelo turístico, o número de casos cresceu de 78 para 179 no mesmo período.

As duas cidades estão entre as que registraram maior proporção de casos por um milhão de habitantes, lista que também inclui outros três municípios da região: Uruçuca, Coaraci e Gongogi.

Na última semana, a região teve um crescimento do número de casos três vezes acima da média do estado e já concentra 20% das mortes por Covid-19 registradas na Bahia.A escalada dos casos preocupa pela estrutura limitada no sistema de saúde pública das cidades da região.

De acordo com dados da secretaria de Saúde da Bahia, os municípios do sul da Bahia possuem apenas 33 leitos de terapia intensiva para Covid-19 na rede pública.O objetivo agora é dobrar o número de leitos.O avanço do número de casos do novo coronavírus fez o governador da Bahia, Rui Costa (PT), avaliar um decreto de lockdown em Itabuna e Ilhéus, proibindo a circulação de pessoas nas ruas. Enquanto não há o fechamento total, a orientação é reforçar a fiscalização para o cumprimento das restrições.

“A Polícia Militar, acompanhada de agentes das prefeituras das duas cidades, já intensificou ações. A gente quer coibir qualquer descumprimento da lei para que consigamos reduzir os índices de contaminação”, afirmou o governador Rui Costa nesta segunda-feira (27).

Em Ilhéus, um dos epicentros da doença é o Hospital Regional Costa do Cacau, unidade de saúde que não seria utilizada para tratamento de Covid-19, mas começou a receber pacientes da doença diante da alta demanda. Apenas neste hospital, foram registrados 57 casos do coronavírus entre profissionais.Entre eles estava o médico Gilmar Calazans Lima, que morreu na última terça-feira (21) após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Dez dias antes, ele havia sido diagnosticado com a Covid-19 e cumpria quarentena.

Os casos, contudo, extrapolaram o círculo dos profissionais de saúde e ganharam força nas últimas semanas.Na avaliação do secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, as medidas de isolamento social não vêm sendo cumpridos à risca na região. Parte do comércio e feiras-livre vinham funcionando normalmente.

A partir desta semana, as prefeituras da região endureceram as regras para funcionamento do comércio e circulação de pessoas.Em Ilhéus, desde esta segunda-feira (27) é obrigatório o uso de máscaras por quem estiver circulando nas ruas. Quem não estiver utilizando o equipamento de proteção pode ser detido pela polícia.

Estabelecimentos comerciais passaram a funcionar em dias intercalados ou com horário restrito, com exceção de farmácias, supermercados e padarias.Em Itabuna, o uso de máscaras também passou a ser obrigatório com multa de R$ 102 para quem não estiver usando.Além de Ilhéus e Itabuna, outras cidades turísticas da região também enfrentam uma escalada de casos.

Em Uruçuca, cidade de 20 mil habitantes conhecida por praias paradisíacas e pouco movimentadas como Serra Grande, já são 21 casos registrados e quatro mortes. Proporcionalmente, é a cidade com mais mortes por Covid-19 na Bahia -uma para cada 5.000 habitantes.

Em Itacaré, onde um casamento em um resort espalhou os primeiros casos da doença na região, há apenas um caso registrado. A prefeitura, contudo, monitora casos suspeitos, incluindo uma pessoa que morreu. Na cidade de Ipiaú, cidade de 45 mil habitantes com 24 confirmados pela prefeitura, 11 profissionais do hospital geral foram infectados.Dentre eles estava Álvaro Jardim Fernandes, 26, funcionário do setor de regulação do hospital que morreu com Covid-19 no último dia 18 de abril.

“Ele era uma pessoa muito querida na comunidade. Era alegre, comprometido com o trabalho e queria muito trabalhar na área de enfermagem”, afirma o diretor do Hospital geral de Ipiaú Alexandro Miranda. Nem mesmo a morte de uma pessoa querida na comunidade, contudo, fez reduzir o movimento nas ruas.

Na noite de sábado (25), a polícia apreendeu uma camionete com 20 passageiros que seguiam para uma festa que foi apelidada de “Covidfest”. Para tentar conter o avanço da pandemia, a cidade decretou toque de recolher entre 20h e as 5h, período no qual é proibido circular nas ruas da cidade.O extremo-sul da Bahia também é foco de atenção.

A região registrou 66 casos, sendo 19 em Porto Seguro, segundo principal destino turístico do estado. A vizinha Eunápolis tem 16 casos e Santa Cruz Cabrália tem oito casos. Ainda não há registro de mortes por Covid-19 nesta região.

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Brasil tem 71.886 casos de covid-19

O Brasil acumula 5.017 mortes e 71.886 casos confirmados de covid-19, desde o primeiro registro oficial da doença em 26 de fevereiro. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (28).

Foram notificados 474 novos óbitos relacionados à infecção provocada pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, sendo que o número de contaminados apresentou acréscimo de 5.385 casos.

São os maiores números de casos e mortes registrados pelo Ministério da Saúde em 24 horas desde o primeiro registro de covid-19 no Brasil.

A pasta estima que 32.544 pessoas já se recuperaram da doença. Outras 34.325 estão em acompanhamento.

Com os dados apresentados hoje, o Brasil ultrapassou a China — primeiro país a enfrentar a epidemia — em número de mortes, com 4.633 óbitos, de acordo com o último balanço da Comissão Nacional de Saúde.

Veja o número de casos confirmados e óbitos por unidade da federação:

São Paulo: 24.041 casos (2.049 óbitos)
Rio de Janeiro: 8.504 casos (738 óbitos)
Ceará: 6.918 casos (403 óbitos)
Pernambuco: 5.724 casos (508 óbitos)
Amazonas: 4.337 casos (351 óbitos)
Bahia: 2.540 casos (86 óbitos)
Maranhão: 2.528 casos (145 óbitos)
Pará: 2.262 casos (129 óbitos)
Espírito Santo: 1.874 casos (64 óbitos)
Minas Gerais: 1.649 casos (71 óbitos)
Santa Catarina: 1.476 casos (44 óbitos)
Rio Grande do Sul: 1.286 (45 óbitos)
Paraná: 1.271 casos (77 óbitos)
Distrito Federal: 1.213 casos (28 óbitos)
Amapá: 918 casos (28 óbitos)
Rio Grande do Norte: 857 casos (48 óbitos)
Alagoas: 777 casos (36 óbitos)
Goiás: 661 casos (27 óbitos)
Paraíba: 633 casos (53 óbitos)
Roraima: 425 casos (6 óbitos)
Rondônia: 413 casos (11 óbitos)
Piauí: 408 casos (21 óbitos)
Acre: 311 casos (16 óbitos)
Sergipe: 280 casos (11 óbitos)
Mato Grosso: 261 casos (11 óbitos)
Mato Grosso do Sul: 240 casos (9 óbitos)
Tocantins: 79 casos (2 óbitos)

R7

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Com 5.017 mortos, Brasil ultrapassa a China em vítimas da covid-19

O Brasil registrou 71.886 casos confirmados e 5.017 mortes por coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira, 28. Em 24 horas, foram mais 474 vítimas da covid-19, um aumento de 10,4%.

Com as novas mortes, o país supera a China, onde começou a pandemia, que tem até agora 4.637 óbitos. Apesar disso, os chineses contabilizam mais infecções que o Brasil, com 83.938.

O estado de São Paulo, epicentro da pandemia no país, também bateu recordes de vítimas da doença: nas últimas 24 horas foram 224 novas mortes, uma alta de 12%, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Com isso, o total de mortes no estado chega a 2.049. Nesta terça-feira, 28, São Paulo registra 24.041 casos confirmados do novo coronavírus.

O Rio de Janeiro atingiu a marca de 8.505 infecções e 738 mortes. Entre os estados com mais casos confirmados também estão o Ceará (6.918), Pernambuco (5.724) e o Amazonas (4.337).

Pico da doença

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, as regiões Sul e Sudeste ainda não atingiram o pico de casos contaminados pela pandemia.

Estimativas do governo apontavam que a pandemia atingiria o ápice entre o fim e abril e o início de maio.

Apesar de não cravar uma previsão, Wanderson ressaltou que a maioria das contaminações por doenças respiratórias costumam ocorrer nas semanas epidemiológicas 22 a 27 no Brasil. Hoje, o País está na semana 20, segundo ele.

O secretário disse ainda que a campanha de vacinação contra a gripe teve forte adesão e pode ser considerada bem sucedida pelo governo. Embora sejam doenças distintas, a vacinação contribui para reduzir internações em hospitais.

Exame

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Coronavírus põe o Rio de Janeiro à beira do colapso

Segundo estado brasileiro com o maior número de mortes e casos relacionados à pandemia de coronavírus, o Rio de Janeiro luta agora para não ser também a segunda unidade da Federação – depois do Amazonas – a entrar em colapso por causa da doença. No estado, praticamente todos os leitos de UTI destinados ao tratamento de pessoas diagnosticadas com a doença estão ocupados; o mesmo ocorre com a rede da capital fluminense. Enquanto isso, hospitais de campanha construídos na cidade do Rio justamente para ampliar o número de vagas não estão em operação. O motivo? Faltam mão de obra e equipamentos.

Nesta reportagem, o Estado de Minas explica como está a situação do estado, onde casos trazidos do exterior causaram rapidamente um boom de diagnósticos positivos. O vírus não poupou nem mesmo o governador Wilson Witzel (PSC) e a primeira-dama Helena Witzel.

O primeiro caso de Covid-19 foi registrado no estado foi em 5 de março: uma mulher de 27 anos, moradora da cidade de Barra Mansa, que apresentou os sintomas ao voltar da Lombardia, região da Itália mais afetada pelo coronavírus. Até então, o vírus ainda estava a 130 quilômetros da capital fluminense. No entanto, menos de 24 horas depois, a cidade do Rio já tinha quatro casos confirmados e, 14 dias mais tarde, registrava sua primeira morte pela doença.

Desde então, o crescimento de casos e mortes foi exponencial e as notícias deixaram de ser apenas números para se transformar em nomes e rostos de pessoas conhecidas. Para se ter uma ideia, em 26 de março, 421 pessoas já estavam diagnosticadas com a doença no estado e nove tinham morrido; ontem, um mês depois, esses números chegam a 7.111 e 645, respectivamente. Em comparação, na mesma data, Minas tinha 153 casos confirmados e nenhum óbito; ontem eram 1.548 diagnósticos positivos e 61 mortes.

O mesmo “boom” foi registrado na capital fluminense, onde em 1º de abril havia 697 casos e 24 mortes; hoje já são 4.498 e 382, respectivamente.

Hoje, a cidade do Rio de Janeiro representa 63% do número de casos e 59% das mortes em todo o estado. Do total de casos, 246 estão na Barra da Tijuca e 230 em Copacabana, bairros que abrigam moradores de boa condição financeira. Em relação ao número de mortes, Copacabana também está em destaque, com 22 óbitos. No entanto, em segundo lugar, está o Bairro Campo Grande, com 20 mortes e, em terceiro e quarto, a Tijuca e o Realengo, com 16 e 14 óbitos, respectivamente. Essas regiões têm valor de metro quadrado baixo em comparação com os bairros da Zona Sul do Rio.

Lotação

A alta taxa de contágio na capital fez com que os hospitais do estado e, principalmente da cidade do Rio, ficassem lotados rapidamente. Conforme informado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), na última sexta-feira, todos os leitos destinados a pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 estavam ocupados. O único hospital que ainda tinha vagas na rede estadual era o Regional Zilda Arns, em Volta Redonda, a 137 quilômetros do Cristo Redentor – até sexta, as taxas de ocupação da unidade de saúde eram de 56% na enfermaria e 51% na UTI.

A SES-RJ ainda informou ao Estado de Minas que a taxa de ocupação em enfermarias da rede estadual na sexta era de 66% e de 80% em leitos de UTI – há duas semanas, as taxas eram de 41% e 63%, respectivamente. Ao todo, 2.037 pacientes estão internados na rede estadual; desses, 220 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardavam transferência para UTIs, que podem ser reguladas para as diferentes redes, seja ela municipal, estadual ou federal.

O grande volume de pacientes extrapolou as previsões da administração pública estadual, que criou 521 novos leitos exclusivos para o tratamento de pacientes suspeitos ou confirmados da Covid-19 e destinou outros 137 já existentes para esse grupo. No entanto, só na capital, 773 pacientes estavam internados na sexta-feira em unidades municipais, estaduais e federais, por suspeita ou confirmação de coronavírus, sendo 261 em UTIs. Conforme frisado pelas secretarias municipais e estaduais de Saúde, esses números variam diariamente, devido às altas e óbitos de pacientes.

Na quarta-feira, a Justiça acatou o pedido do Estado do Rio de Janeiro e deu até 48 horas para que hospitais federais liberassem leitos livres para pacientes de outras unidades de saúde. A magistrada à frente do caso chegou a estipular multa de R$ 1 mil por dia para aqueles diretores que não disponibilizarem os leitos. Por outro lado, os hospitais vêm ressaltando que não têm condições de receber outros pacientes.

Apesar de ser uma unidade de saúde federal, o hospital não está envolvido na ação judicial , já que está ligado ao Ministério da Educação e não ao da Saúde.

Correio Braziliense

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Covid-19: Fiocruz recomenda suspensão do trabalho de campo de Agentes de Combate as Endemias

A Fundação Osvaldo Cruz através do Centro de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca-CESTH/ENSP desaconselhou o trabalho de campo dos chamados mata mosquitos enquanto perdurar o período da pandemia de Coronavírus-COVID19.

A pesquisa destacou que “atualmente, essa exposição crônica aos diversos agrotóxicos utilizados vem ocasionando diversos problemas de saúde e morte dos guardas e agentes de combate às endemias (SAÚDE & TRABALHO MATA MOSQUITOS, 2018; SINTSAÚDERJ, 2019). Os sinais e sintomas relacionados às intoxicações por agrotóxicos são dores de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago, sonolência, perda de peso, fraqueza muscular, depressão, irritabilidade, insônia, anemia, dermatites, alterações hormonais, problemas imunológicos, efeitos na reprodução (infertilidade, malformações congênitas, abortos), doenças hepáticas, respiratórias, neurológicas (INCA, 2010; LONDRES, 2011), compatíveis com outras doenças, inclusive a COVID-19”, afirma o estudo.

Mais recentemente, o projeto “Estudo do impacto à saúde de Agentes de Combate às Endemias/Guardas de Endemias pela exposição a agrotóxicos no Estado do Rio de Janeiro” avaliou declarações de óbitos fornecidos pelos familiares dos agentes de combate às endemias/guardas de endemias falecidos (SAÚDE &TRABALHO MATA MOSQUITOS, 2019) e, a partir dessas avaliações, foi constatado que a maioria dos trabalhadores faleceram (75%) em idade produtiva (40-59 anos), com média de 54 anos (DP: 10 anos).

A conclusão do estudo científico foi a seguinte:

“Desta forma, considerando a impossibilidade de assegurar EPI’s adequados que impeçam a transmissão do SARS-Cov-2, bem como o próprio EPI já existente, que não é suficiente para protegê-los visitas, devido à exposição causada pelo próprio processo de trabalho existente (conforme explicitado nesta nota técnica), podemos afirmar que tal exposição pode levar a quadros graves de COVID-19. Desta forma, o CESTEH/ENSP/Fiocruz desaconselha a realização de visitas domiciliares destes trabalhadores e recomenda o distanciamento social como única medida eficaz e protetiva a saúde dos trabalhadores e população assistida, durante o período em que perdurar a calamidade pública em decorrência do coronavírus (SARS-Cov-2) e a doença ocasionada por ele (COVID-19). Estratégias de orientação da população e comunicação à distância devem ser ampliadas para que se reduza a infestação de mosquitos e das doenças por eles transmitidas.”

Clique aqui e leia a Nota Técnica da Fiocruz

Com informações do Sintsaúde-RJ

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Brasil tem 346 mortes em 24 h, total é de 4.016 óbitos por Covid-19

Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 4.016 o número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil — 346 óbitos confirmados em 24 horas. Até ontem, eram 3.670 mortes registradas.

No total, são 58.509 casos oficiais no país, segundo os dados mais recentes do ministério, com 5.514 diagnósticos novos de ontem para hoje.

Nesta semana, o ministério anunciou que, ao todo, mais de 26 mil pessoas se recuperaram da covid-19, enquanto quase 20 mil seguem em acompanhamento.

O anúncio de hoje, no entanto, não significa necessariamente que 346 pessoas morreram nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde tem somado ao balanço diário mortes ocorridas dias atrás, mas com confirmação de covid-19 no último dia.

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Brasil registra 52.995 casos confirmados e 3.670 mortes por Covid-19

População usa máscaras nas ruas do Rio de Janeiro, desde ontem (23) a prefeitura tornou o uso obrigatório através de decreto.

O Brasil chegou a 52.995 casos confirmados, conforme atualização do Ministério da Saúde divulgada hoje (24). Nas últimas 24 horas foram adicionadas às estatísticas mais 3.503 pessoas infectadas, um aumento de 7,1% e relação a ontem, quando foram registrados 49.492 mil casos confirmados.

Já o número de mortes subiu para 3.670, com 357 novos falecimentos de ontem para hoje, um incremento de 10,8%. Foi o segundo maior número de novos óbitos em 24 horas, perdendo apenas para ontem, quando foram adicionados 407.

São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (1.512). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (570), Pernambuco (352), Ceará (284) e Amazonas (255).

Além disso, foram registradas mortes no Maranhão (88), Pará (75), Paraná (64), Bahia (64), Minas Gerais (54), Paraíba (40), Espírito Santo (42), Santa Catarina (42), Rio Grande do Norte (38), Rio Grande do Sul (31), Alagoas (27), Distrito Federal (26), Goiás (24), Amapá (18), Piauí (16), Acre (11), Sergipe (8), Mato Grosso (8), Mato Grosso do Sul (7), Rondônia (5), Roraima (3) e Tocantins (2).

Por Agência Brasil

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Brasil: O cenário desesperador enfrentado por Manaus em meio a pandemia

O Amazonas registra uma das maiores taxas de mortalidade em decorrência da covid-19 no Brasil, e a doença causada pelo novo coronavírus vem sobrecarregando o sistema de saúde. Em Manaus, médicos sofrem com a falta de equipamentos de proteção, superlotação e salários atrasados, enquanto cemitérios da cidade registram um salto no número de enterros realizados por dia e abrem valas comuns.

Diante da grave situação, o Ministério Público do Estado do Amazonas, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho enviaram ao Ministério da Saúde nesta quinta-feira (23/04) um pedido de acompanhamento, auditoria e controle das medidas adotadas pelo Amazonas para enfrentar a pandemia.

Apontando falta de transparência quanto a ações e gastos, os órgãos pedem uma apuração urgente, em até três dias, sobre a maneira como o estado vem lidando com a disseminação da covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus. São 67 considerações que embasam o pedido, entre elas um vídeo no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, um dos três da capital, com corpos ao lado de pessoas internadas, e um vídeo de um paciente com um saco plástico na cabeça, improvisando um respirador.

“O Amazonas há uns 20 anos aparece como um dos estados com maior investimento em saúde, e boa parte dos municípios sequer tem hospital. O sistema é caótico diariamente, secretários de Saúde já foram presos por corrupção, mas faltava uma pandemia para colapsar”, resume o deputado estadual Serafim Corrêa, ex-prefeito de Manaus

Nas sessões virtuais da Assembleia Legislativa, Corrêa vem cobrando transparência, o uso de leitos do Hospital Universitário Getúlio Vargas como alternativa ao aluguel de espaços particulares e o pagamento de salários atrasados de médicos e enfermeiros que estão na linha de frente no combate à doença.

A DW Brasil solicitou à assessoria de imprensa do governo estadual informações sobre os gastos relacionados a medidas de enfrentamento à covid-19 e sobre o não pagamento de salários atrasados de médicos e enfermeiros, e até a tarde desta quinta-feira, não obteve resposta.

Diante da situação precária, médicos e enfermeiros de um dos prontos-socorros públicos de Manaus, o Platão Araújo, organizaram uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para produzirem seus próprios equipamentos de proteção individuais (EPIs).

“Estamos passando o dia inteiro com os mesmos EPIs, máscaras, luvas, infectando paciente suspeito. É desesperador. Quem entra suspeito em qualquer pronto-socorro com certeza sai com covid-19 e volta”, disse uma enfermeira que não quis se identificar.

A cardiologista Wládia Albuquerque está trabalhando num projeto de um grupo de médicos que pretende atender cardiopatas, especialmente idosos, em casa, para tentar ajudar a não superlotar os hospitais da capital. “Precisamos reunir todos os esforços para evitar que as pessoas se dirijam aos hospitais com qualquer outro problema que não seja agravamento de sintomas da covid-19, porque não há leitos [suficientes]”, diz.

A médica Melissa Veiga, que dá plantões nos três prontos-socorros públicos da cidade, diz que, infelizmente, é habitual ver os locais lotados. “Pacientes nos corredores já é comum, agora está pior. Mas é importante alertar que não é para ignorar falta de ar e cansaço [e deixar de procurar atendimento], pois a evolução do vírus tem se mostrado numa rapidez tremenda aqui.”

Fora Manaus, nenhum dos hospitais dos outros 61 municípios amazonenses têm leitos de UTIs. Na capital, com cerca de 2 milhões de habitantes, há apenas 293 leitos (privados e públicos) em UTIs e oito ambulâncias, agora freneticamente ativas. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, todos os leitos das UTIs estavam ocupados nesta quinta-feira.

“Hoje não há nenhuma vaga, nem pagando, em UTI ou semi-intensivo aqui neste hospital. O ápice da contaminação [pelo coronavírus] deve ocorrer na primeira quinzena de maio, e, se não houver urgência em abertura de novos leitos, vai ter gente morrendo em casa ou a caminho do hospital”, disse à DW Brasil um médico intensivista de um hospital particular que pediu para não ser identificado.

Dos quase 2,9 mil casos confirmados no estado até esta quarta-feira, 1.958 estão em Manaus. No total, 190 pacientes diagnosticados com covid-19 estão internados na cidade, além de outros 621 pacientes suspeitos, segundo a prefeitura.

Pesquisa parada

Segundo o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Felipe Naveca, o novo coronavírus, batizado de Sars-Cov-2, sofreu pelo menos nove mutações até chegar ao Amazonas. Naveca lidera o grupo que fez o primeiro sequenciamento do genoma completo do vírus na região Norte.

“Até o momento, não se pode dizer se o vírus daqui é mais ‘eficiente’ ou provoca casos mais graves. Pode ser, mas não podemos especular, precisaríamos de vários grupos, de quadros graves e leves, para poder fazer analogias necessárias no campo de uma pesquisa”, afirma Naveca.

“Só que há dez dias paramos a pesquisa. Não conseguimos avançar porque estamos sobrecarregados ajudando nos diagnósticos, para ajudar a minorar a sobrecarga do sistema”, conta.

O primeiro caso de infecção pelo Sars-Cov-2 no Amazonas foi registrado no dia 13 de março, e a primeira morte, no dia 24. De 26 de março a 12 de abril,  os casos confirmados de covid-19 na capital saltaram de 63 para 560, um crescimento de 788%. Na cidade de São Paulo, recordista em doentes, por exemplo, o aumento foi de 373% no mesmo período.

Valas comuns

A reportagem da DW Brasil foi a um dos maiores cemitérios de Manaus, o Parque Tarumã, mas não conseguiu entrar. No portão, policiais informam que só podem entrar até cinco familiares por enterro. Havia uma fila de carros. Todas as pessoas usavam máscaras.

Nos últimos dias, alguns dos enterros foram realizados em valas coletivas, mostram vídeos e fotos que circulam pela internet. A Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semuslp) não negou o fato e afirmou que o uso de valas comuns em casos de mortes pela doença deverá ser recorrente para agilizar os enterros. Velórios não são permitidos em casos de covid-19, e os corpos devem ser sepultados logo após liberados pelos hospitais.

“A metodologia [da vala comum], já utilizada em outros países, preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre os caixões e com a identificação das sepulturas”, afirmou a secretaria em nota.

Segundo a secretaria, até fevereiro, eram realizados, em média, 28 enterros por dia em Manaus. Hoje, a média diária é de 80 sepultamentos nos 11 cemitérios da capital, sendo dez deles públicos. O primeiro crematório do Estado, no município de Iranduba, vizinho de Manaus, deve ser inaugurado no início de maio.

DW Brasil

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Brasil registra 407 mortes por covid-19 em 24 horas; total soma 3.313

R7 – O Brasil registrou nas últimas 24 horas 407 mortes por covid-19, um recorde diário, totalizando 3.303 óbitos até a tarde desta quinta-feira (23), segundo o Ministério da Saúde.

Foram confirmados mais 3.735 casos de ontem para hoje, o maior número desde o início da epidemia no país. Agora, o total chega a 49.492.

Veja o número de casos e mortes por covid-19 por unidade da federação:

São Paulo: 16.740 casos (1.345 óbitos)
Rio de Janeiro: 6.172 casos (530 óbitos)
Ceará: 4.598 casos (266 óbitos)
Pernambuco: 3.519 casos (312 óbitos)
Amazonas: 2.888 casos (234 óbitos)
Bahia: 1.789 casos (59 óbitos)
Maranhão: 1.757 casos (76 óbitos)
Espírito Santo: 1.363 casos (42 óbitos)
Minas Gerais: 1.308 casos (51 óbitos)
Pará: 1.267 casos (53 óbitos)
Santa Catarina: 1.115 casos (39 óbitos)
Paraná: 1.082 casos (60 óbitos)
Rio Grande do Sul: 994 casos (29 óbitos)
Distrito Federal: 963 casos (25 óbitos)
Rio Grande do Norte: 708 casos (34 óbitos)
Amapá: 548 casos (16 óbitos)
Goiás: 453 casos (23 óbitos)
Paraíba: 345 casos (40 óbitos)
Alagoas: 324 casos (22 óbitos)
Roraima: 297 casos (3 óbitos)
Rondônia: 250 casos (5 óbitos)
Acre: 227 casos (10 óbitos)
Mato Grosso: 221 casos (7 óbitos)
Piauí: 217 casos (15 óbitos)
Mato Grosso do Sul: 186 casos (7 óbitos)
Sergipe: 124 casos (8 óbitos)
Tocantins: 37 casos (2 óbitos)

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Cinegrafista do SBT que teve coronavírus morre antes de conhecer filha recém-nascida

O cinegrafista do SBT Rio, Robson Thiago Mesquita, conhecido como Tio Chico, morreu na noite de terça (21), vítima do novo coronavírus. Robson estava internado no Hospital Badin, no Rio, mas acabou não resistindo e vindo a óbito.

O jornalista Léo Dias, que trabalhou com Robson no SBT Rio, prestou uma homenagem para ele na rede social: “Este período tem sido bem difícil pra mim em vários sentidos. Mas nada se compara ao que aconteceu esta madrugada: TIO CHICO, o cara mais fiel a mim no sbt Rio. Ele me atualizava sobre tudo o q aconteceu e ainda me levava diariamente pra casa, Meu Deus: por que ele? Acabou de nascer sua primeira filha… à família, minhas condolências e estou aqui pro que vcs precisarem”, escreveu ele em seu Instagram.

O profissional era casado e deixa uma filha de 15 dias que não chegou a conhecer.

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Enterros triplicam, e cemitério de Manaus abre valas comuns para vítimas do coronavírus

Diante do colapso no sistema de saúde do estado do Amazonas e de uma explosão no número de enterros, o maior cemitério de Manaus teve que abrir valas comuns para dar conta do sepultamento das vítimas do novo coronavírus.

Antes da pandemia, cerca de 30 corpos eram enterrados diariamente no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tumarã. Nos últimos dias, foram mais de cem enterros diários.

Nas valas comuns, chamadas pela prefeitura de trincheiras, são enterrados diversos caixões, um ao lado do outro. O órgão afirma que essa metodologia preserva a identidade dos corpos, com a garantia do distanciamento entre os caixões e da identificação das sepulturas.

Além de abrir valas comuns, a Prefeitura de Manaus instalou duas câmaras frigoríficas no cemitério para resguardar os corpos antes do enterro.

O objetivo é liberar os carros do SOS Funeral, que deixam os caixões no cemitério e podem atender novos chamados. O serviço é oferecido gratuitamente pelo estado para quem não tem condições de arcar com os custos da remoção do corpo e do sepultamento.

Diante do aumento da demanda por enterros, a prefeitura informou que o acesso ao cemitério está restrito aos que forem sepultar familiares.

São permitidas cinco pessoas ao máximo nos funerais. “A medida visa preservar a privacidade das famílias enlutadas e também considera o risco de propagação do novo coronavírus”, diz nota do órgão.

Segundo último boletim divulgado pelo estado, nesta segunda-feira (20), o Amazonas soma 2.160 casos confirmados do novo coronavírus e 185 mortes. Manaus é o município mais afetado, com 1.772 casos e 156 mortes.

O sistema público do estado colapsou na última semana, com 100% dos leitos para Covid-19 ocupados na rede pública. Os hospitais estão superlotados em Manaus, única cidade com UTI.

Sem conseguir atendimento na rede pública, doentes passaram a pedir na Justiça para serem atendidos na rede privada.

No sábado (18), ao menos duas decisões judiciais foram emitidas obrigando hospitais privados a manter internados na UTI pacientes que pedem que os custos dessa internação sejam bancados pelo governo do estado.

Nesta segunda (20), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e o governador do Amazonas, Wilson Lima, reuniram-se com o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) para discutir a situação do sistema de saúde do estado.

O prefeito solicitou ao governo federal aparelhos de tomografia, medicamentos como a cloroquina, respiradores, testes rápidos, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e aporte financeiro para o hospital de campanha aberto na cidade.

Segundo a prefeitura, serão necessários mais R$ 42 milhões para garantir o funcionamento desse hospital inaugurado em Manaus para o atendimento de pacientes do novo coronavírus.

Na sexta-feira (17), o órgão informou que 22 pacientes estavam internados em leitos intensivos e semi-intensivos no hospital, que é gerido pela Prefeitura e pela iniciativa privada. O objetivo é chegar a 279 leitos.

G1

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Ex-vice-governador do Pará Gerson Peres morre aos 88 anos por Covid-19

O ex-deputado e ex-vice-governador do Pará Gerson Peres morreu aos 88 anos, nesta terça-feira (21), após contrair o novo coronavírus. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular de Belém há cerca de uma semana.

O atual governador, Helder Barbalho, lamentou o falecimento nas redes sociais. “É com pesar que recebo a notícia de falecimento do querido Gerson Peres, importante liderança política que deixou uma grande contribuição para o desenvolvimento do nosso Estado”, escreveu.Barbalho anunciou na última semana que também foi diagnosticado com Covid-19, mas disse que “está bem” e segue trabalhando de casa.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também lamentou a morte e ressaltou que “uma maneira de a Câmara honrar o seu legado é manter o trabalho e o foco na aprovação de medidas que minimizem os efeitos da doença entre a população brasileira”.

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Fagundes: ‘O nazismo eliminava idosos, a história não pode se repetir’

No próximo dia 1º de maio, Antonio Fagundes entraria em cartaz no Rio de Janeiro com a peça Baixa Terapia, que recentemente encerrou a temporada em São Paulo. Os planos foram adiados. Como boa parte dos brasileiros, o ator e sua equipe estão em quarentena, os teatros estão fechados e, sem patrocínio, a equipe se esforça para acertar as contas que ainda precisam ser pagas. “Dependemos exclusivamente da bilheteria”, conta Fagundes por telefone a VEJA. O ator de 70 anos se depara agora com uma nova e inédita rotina. “Há 54 anos minha vida é trabalhar e viajar. Estou desfrutando dos prazeres de ficar em casa.” Entre eles, ler muitos livros e ver muitos filmes, além de apreciar a companhia da esposa, Alexandra Martins, e alimentar um novo vício: o Instagram.

O ator falou a VEJA sobre a crise que se abate sobre o mundo por causa do coronavírus e fez um apelo para que as pessoas aprendam com os erros cometidos não só por outros países que minimizaram a ação da doença, mas também com as lições que a história tem a ensinar.

Confira:

Como tem sido essa descoberta das redes sociais na quarentena? As redes são envolventes: se você entra e fica… você fica, e fica, não sai mais. Dedico uma hora e pouco por dia, tenho usado especialmente para dar dicas de livros aos seguidores. Amo ler e agora estou tendo um tempo para leitura que normalmente eu tinha de cavar entre meus dias movimentados. Lia enquanto esperava para fazer uma cena, no período de refeição, tirava algumas horas de sono da minha vida. Agora, basicamente sento e leio por horas. Estou lendo um livro a cada dois dias. E em média uns três filmes por dia. Logo, o dia vago está ficando curto.

Há muitos relatos de pessoas idosas saindo de casa. O que diria para elas? Que elas devem olhar para o resto do mundo, que está pagando um preço altíssimo por não ter se isolado antes. Tivemos sorte, entre todas as aspas possíveis, de sermos um dos últimos países a entrar nesse processo. É assustador o número de mortos na Itália, Espanha, Estados Unidos. Espero que não aconteça conosco.

Há também nas redes sociais e em noticiários de todo o mundo um aumento do “ageísmo” (preconceito com idosos). São comuns hoje frases como “essa doença só mata idosos”. O que pensa desse tipo de atitude? Primeiro, acho que essas pessoas devem ser órfãs, pois ninguém pode em sã consciência não se preocupar com a morte dos pais e dos avós, certo? Outra coisa: elas marcaram a data para morrer? Porque, depois dos 40 anos de idade, já estamos todos mais perto da velhice do que da juventude. É horrível quem não valoriza idosos. Todo esse cenário me faz lembrar da frase de Edmund Burke: “Quem não conhece sua história, está condenado a repeti-la”. Esse mesmo tipo de preconceito já foi visto na história, com a eugenia. Na Alemanha, o nazismo eliminava idosos, uma história que não pode se repetir. Eliminava-se também os que pensavam diferente, os deficientes. O mundo está passando por isso de novo. Milhões de pessoas morreram pela irracionalidade. E parece que não aprendemos nada com isso.

Hoje discute-se política no Twitter. Não vejo como seja possível falar sobre um assunto tão complexo em 140 caracteres. Eu gosto de sentar e falar por horas. O diálogo racional é a solução para diminuir a radicalização política.

O senhor tem medo de ficar doente? Tem pensado nisso? Não tenho medo de ficar doente. Acho desagradável ficar doente. Qualquer machucado me incomoda. E morrer todos nós vamos. Agora, se eu puder adiar esse dia, fico feliz.

Gosta de falar sobre política? Não em entrevistas ou nas redes sociais. Hoje discute-se política no Twitter. Não vejo como seja possível falar sobre um assunto tão complexo em 140 caracteres. Eu gosto de sentar e falar por horas, ouvir a opinião do outro e dar a minha. Tenho amigos que pensam radicalmente diferente de mim, para todos os espectros, para a direita e para a esquerda. Mesmo assim, a gente tem troca. E, quando conversamos, os dois lados saem modificados. O diálogo racional, baseado em fatos e não em preconceitos ou vontades, é a solução para diminuir essa radicalização política.

Qual sua opinião sobre as políticas adotadas neste momento de calamidade pública, em que a saúde e a economia estão em foco? Vimos agora as falhas da política econômica liberal que se diz independente do Estado. Mas o Estado tem, sim, funções e obrigação em participar de políticas econômicas, como projetos para a criação de emprego e uma melhor distribuição de renda. A principal dessas atribuições é a saúde, que não pode ser privatizada. Se o mundo não der atenção à ciência e à saúde nos próximos anos, a próxima pandemia vai ser muito mais letal.

O senhor atuou diversas vezes com Regina Duarte. Ainda mantém contato com ela? Não, pois nunca tivemos um contato além do profissional. Fomos bons colegas. Gosto dela. E eu disse que quando ela entrou para a pasta da Cultura eu torcia para ela não se queimar, pois imagino que um artista, por mais inteligente e capaz que seja, vai ter muitas dificuldades de lidar com o circo que é nossa política. Aquilo é para profissionais. Sei que ela está se queimando por todos os lados, com quem apoia e com quem não apoia o Bolsonaro, com a classe artística. Mas minha torcida ainda é que ela não se queime mais. Não tenho nenhum ódio ou sentimento ruim por ela, assim como não sou ignorante de dizer que seria fácil lidar com o monstro que é aquele ministério.

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