Covid-19: Fiocruz recomenda suspensão do trabalho de campo de Agentes de Combate as Endemias

A Fundação Osvaldo Cruz através do Centro de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca-CESTH/ENSP desaconselhou o trabalho de campo dos chamados mata mosquitos enquanto perdurar o período da pandemia de Coronavírus-COVID19.

A pesquisa destacou que “atualmente, essa exposição crônica aos diversos agrotóxicos utilizados vem ocasionando diversos problemas de saúde e morte dos guardas e agentes de combate às endemias (SAÚDE & TRABALHO MATA MOSQUITOS, 2018; SINTSAÚDERJ, 2019). Os sinais e sintomas relacionados às intoxicações por agrotóxicos são dores de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago, sonolência, perda de peso, fraqueza muscular, depressão, irritabilidade, insônia, anemia, dermatites, alterações hormonais, problemas imunológicos, efeitos na reprodução (infertilidade, malformações congênitas, abortos), doenças hepáticas, respiratórias, neurológicas (INCA, 2010; LONDRES, 2011), compatíveis com outras doenças, inclusive a COVID-19”, afirma o estudo.

Mais recentemente, o projeto “Estudo do impacto à saúde de Agentes de Combate às Endemias/Guardas de Endemias pela exposição a agrotóxicos no Estado do Rio de Janeiro” avaliou declarações de óbitos fornecidos pelos familiares dos agentes de combate às endemias/guardas de endemias falecidos (SAÚDE &TRABALHO MATA MOSQUITOS, 2019) e, a partir dessas avaliações, foi constatado que a maioria dos trabalhadores faleceram (75%) em idade produtiva (40-59 anos), com média de 54 anos (DP: 10 anos).

A conclusão do estudo científico foi a seguinte:

“Desta forma, considerando a impossibilidade de assegurar EPI’s adequados que impeçam a transmissão do SARS-Cov-2, bem como o próprio EPI já existente, que não é suficiente para protegê-los visitas, devido à exposição causada pelo próprio processo de trabalho existente (conforme explicitado nesta nota técnica), podemos afirmar que tal exposição pode levar a quadros graves de COVID-19. Desta forma, o CESTEH/ENSP/Fiocruz desaconselha a realização de visitas domiciliares destes trabalhadores e recomenda o distanciamento social como única medida eficaz e protetiva a saúde dos trabalhadores e população assistida, durante o período em que perdurar a calamidade pública em decorrência do coronavírus (SARS-Cov-2) e a doença ocasionada por ele (COVID-19). Estratégias de orientação da população e comunicação à distância devem ser ampliadas para que se reduza a infestação de mosquitos e das doenças por eles transmitidas.”

Clique aqui e leia a Nota Técnica da Fiocruz

Com informações do Sintsaúde-RJ

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