Religião

O Papa: a humanidade é campeã em fazer guerra, uma vergonha para todos

 

Mariangela Jaguraba – Vatican News

 

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (18/02), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da plenária da Congregação para as Igrejas Orientais.

 

Depois de agradecer ao prefeito do organismo vaticano, cardeal Leonardo Sandri, pela saudação e às pessoas que vieram de longe, o Papa recordou o Papa Bento XV, fundador da Congregação para as Igrejas Orientais e do Pontifício Instituto Oriental, no centenário de sua morte, ressaltando que ele afirmou na Encíclica Dei Providentis, que “na Igreja de Jesus Cristo, que não é nem latina, nem grega, nem eslava, mas católica, não há discriminação entre seus filhos e que todos, latinos, gregos , eslavos e outras nacionalidades têm a mesma importância”. Francisco disse ainda que Bento XV “denunciou a incivilidade da guerra como ‘massacre inútil’. A sua advertência foi ignorada pelos Chefes das Nações envolvidas na Primeira Guerra Mundial. Ignorado foi também o apelo de São João Paulo II para evitar o conflito no Iraque”.

A humanidade retrocede ao tecer a paz

 

Como neste momento, há tantas guerras por toda parte, este apelo tanto dos Papas quanto dos homens e mulheres de boa vontade, não é ouvido. Parece que o maior prêmio da paz deve ser dado às guerras: uma contradição. Estamos apegados às guerras. E isso é trágico. A humanidade, que se orgulha de avançar na ciência, no pensamento, em tantas coisas bonitas, retrocede ao tecer a paz. É campeã em fazer guerra. Isto é uma vergonha para todos: devemos rezar e pedir perdão por este comportamento.

 

A seguir, Francisco recordou “os conflitos no Oriente Médio, na Síria e no Iraque; os da região etíope de Tigrai; e ventos ameaçadores que ainda sopram nas estepes da Europa Oriental, acendendo estopins e fogos de armas, gelando os corações dos pobres e inocentes. Enquanto isso, continua o drama do Líbano, que já deixa muitas pessoas sem pão; jovens e adultos perderam a esperança e deixaram aquelas terras. No entanto, eles são a pátria-mãe das Igrejas Católicas Orientais: ali se desenvolveram, preservando tradições milenares, e muitos de vocês, membros do Dicastério, são seus filhos e herdeiros”.

 

O Papa lembrou que “os católicos orientais vivem em continentes distantes há décadas, cruzaram mares e oceanos e atravessaram planícies. Eparquias já foram estabelecidas no Canadá, Estados Unidos, América Latina, Europa, Oceania e muitas outras são confiadas, pelo menos por enquanto, aos Bispos latinos que coordenam a ação pastoral através dos sacerdotes enviados segundo os procedimentos dos respectivos Chefes das Igrejas, Patriarcas, Arcebispos Maiores ou Metropolitas sui iuris”.

 

“É por isso que seus trabalhos trataram da evangelização, que constitui a identidade da Igreja em todas as suas partes, aliás, a vocação de cada batizado. E para a missão devemos escutar mais a riqueza das várias tradições”, disse ainda o Papa.

O percurso sinodal é caminhar juntos

 

Ao falar da liturgia, Francisco recordou o percurso sinodal que “não é um parlamento, não é nos dizer opiniões diferentes e depois fazer uma síntese ou uma votação: não”.

 

O percurso sinodal é caminhar juntos sob a orientação do Espírito Santo, e vocês, em suas Igrejas, que têm Sínodos, antigas tradições sinodais, são testemunhas disso. Há o Espírito, na sinodalidade, e quando não há o Espírito na sinodalidade, há apenas um parlamento ou uma pesquisa de opinião, mas não o Sínodo. Esta experiência é o céu na terra, na liturgia acontece isso, como o Oriente gosta especialmente de repetir. Mas a beleza dos ritos orientais está longe de ser um oásis de evasão ou conservação. A assembleia litúrgica se reconhece como tal não porque se convoca, mas porque escuta a voz de um Outro, permanecendo voltada para Ele, e por isso sente a urgência de ir ao irmão e irmã levando o anúncio de Cristo.

 

O Papa agradeceu aos presentes por seu trabalho nesses dias, “uma oportunidade para se conhecer dentro das comissões litúrgicas das diferentes Igrejas sui iuris” e um convite “para caminhar junto com o Dicastério e seus Consultores, segundo o caminho indicado pelo Concílio Ecumênico Vaticano II”. “Podemos nos perguntar”, disse ainda o Pontífice, “sobre a possível introdução de edições da liturgia nas línguas dos países onde os fiéis se difundiram, mas na forma da celebração é necessário viver a unidade de acordo com o que foi estabelecido pelo Sínodos e aprovado pela Sé Apostólica, evitando particularismos litúrgicos que, na realidade, manifestam divisões dentro das respectivas Igrejas”.

 

O Papa concluiu, convidando os participantes da plenária a estarem atentos “às experiências que podem prejudicar o caminho rumo à unidade visível de todos os discípulos de Cristo. O mundo precisa do testemunho da comunhão: se escandalizarmos com as disputas litúrgicas, estamos no jogo daquele que é o mestre da divisão”.

 

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JUCURUTU: TV Cristo Rei transmite Celebração Eucarística de Posse Canônica do Pe. Carlos Eduardo

 

A TV Cristo Rei – O Canal da Evangelização com sede na cidade de Currais Novos/RN, transmite hoje dia 18, às 19h Celebração Eucarística de Posse Canônica do Pe. Carlos Eduardo.

 

Acompanhe ao vivo direto da Matriz de São Sebastião de Jucurutu/RN.

 

Link:

 

https://www.youtube.com/channel/UCDTc7zxOLBZwiEQ108aWQBQ

 

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Carta de Dom Gregório Paixão: Dia de Oração pelas vítimas em Petrópolis

 

Vatican News

 

Mantendo seu trabalho caritativo, mas, ao mesmo tempo não esquecendo do cuidado espiritual daqueles que sobreviveram e daqueles que perderam suas vidas nesta tragédia em Petrópolis e se encontram na Casa do Pai. O pastor e bispo da Diocese de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, divulgou uma carta a todos os fiéis e ao povo, estabelecendo o dia 20 de fevereiro deste, como o DIA DE ORAÇÃO PELAS VÍTIMAS DA TRAGÉDIA DAS CHUVAS.

 

Conforme afirma na carta, em todas as paróquias e igrejas da Diocese, onde for celebrada a Santa Missa, será na na “intenção dos atingidos e, também, em sufrágio dos falecidos, fazendo especial menção na Oração dos Fiéis. Convocamos também os nossos diocesanos a se unirem em prece e realizarem, nesse mesmo dia, especiais orações nas mesmas intenções”.

 

O texto na íntegra:

 

“Petrópolis, 17 de fevereiro de 2022

 

Estimados Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas, Consagrados, Consagradas, Membro das Novas Comunidades e Movimentos, Seminaristas, Agentes de Pastoral e amado Povo de Deus.

 

A tarde da última terça-feira, 15 de fevereiro de 2022, ficará marcada na vida de nossa histórica cidade de Petrópolis. Uma catástrofe abateu-se sobre todos os seus habitantes que, sem sombra de dúvida, partilham da dor e do desespero de alguns dos seus conterrâneos, os que foram atingidos de maneira brutal e direta pela chuva torrencial, que a uns ceifou a vida, a outros privou do que tinham: seus bens, adquiridos pelo suor do trabalho.

 

A Igreja, que está em Petrópolis, ao ver as lágrimas nas faces de seus filhos e filhas, tem procurado, com a ajuda de muitos, prestar todo tipo de suporte possível: material, médico, psicológico e sobretudo espiritual, iluminando o vale tenebroso do medo e da morte a com a brilhante luz que emerge de Jesus Ressuscitado. Nunca podemos nos esquecer que, mesmo nesse vale sombrio, podemos contar com a presença misteriosa do Senhor, que nos dá segurança e, por isso, de nenhum mal haveremos de ter medo (Sl 22,4).

 

Com grande confiança em Deus continuaremos nossos trabalhos fraternos em favor de todos os que sofrem as consequências dessa tragédia. Assim, instituímos em toda a Diocese de Petrópolis o DIA DE ORAÇÃO PELAS VÍTIMAS DA TRAGÉDIA DAS CHUVAS, a ser celebrado nesse ano de 2022, no próximo dia 20 de fevereiro. Os sacerdotes celebrarão as Santas Missas na intenção dos atingidos e, também, em sufrágio dos falecidos, fazendo especial menção na Oração dos Fiéis. Convocamos também os nossos diocesanos a se unirem em prece e realizarem, nesse mesmo dia, especiais orações nas mesmas intenções.

 

Dada a urgência desse comunicado, pedimos a utilização de todos os meios de comunicação para que ele possa chegar ao maior número de pessoas.

 

Com a bênção do Senhor, que está entre nós,

 

Dom Gregório Paixão, OSB
Bispo de Petrópolis”

 

Fonte: Diocese de Petrópolis

 

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Posse Canônica do padre Carlos Eduardo como novo pároco da Paróquia de São Sebastião em Jucurutu, ocorrerá sexta (18) de fevereiro

 

 

A Paróquia de São Sebastião de Jucurutu tem a alegria de convidar a todos para missa de Posse Canônica de Padre Carlos Eduardo de Lira, novo pároco do município.

 

A celebração será no dia 18 de fevereiro de 2022, às 19h na Igreja Matriz.

 

A comunidade católica jucurutuense lhe deseja boas vindas e um ótimo pastoreio em nosso meio.

 

Sobre Pe. Carlos

 

Pe. Carlos é natural de Parnamirim-RN, nasceu no dia 07 de agosto de 1970, filho legitimo de José Farias de Lira e Severina de Lourdes de Lira.

 

1990 – Ingressou no Seminário Menor da Cidade de Nova Cruz-RN.

 

1991-1993 – Iniciou o Curso de Filosofia no Seminário Maior de São Pedro em Natal-RN.

 

1994 – 1997 – Cursou Teologia no Seminário de São Pedro em Emáus-Parnamirim-RN.

 

1998 – Foi acolhido por Dom Jaime na Diocese de Caicó e em fevereiro do mesmo ano, começou um estágio Pastoral na Cidade de Timbaúba dos Batista-RN. Em maio recebeu a Ordenação Diaconal.

 

No ano 2000 – foi enviado para uma experiência missionária na Diocese de Floriano (Piaui).

 

12.08.2000 – Ordenação Sacerdotal na Catedral de São Pedro de Alcântara na Cidade de Floriano-PI, pela imposição das mãos e Oração Consecrátoria de Dom Jaime Vieira Rocha e Dom Fernando Panico (na época bispo de Floriano-PI e hoje Bispo da Diocese do Crato-CE).

 

Após a ordenação ficou sendo Vigário Paroquial da Catedral de São Pedro de Alcântara e secretário do Bispado.

 

Seu Lema Sacerdotal é : TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE!

 

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Escutar com o coração!

 

“Só se escuta bem com o coração, o essencial é inaudível ao ouvido!” Essa poderia ser uma nova versão da famosa frase do Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry, no entanto é a expressão que ecoa na minha mente após ler e meditar a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações deste ano 2022, publicada no último 24 de janeiro, memória de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas e dos comunicadores católicos.

 

Depois de “ir”, “ver”, “refletir”, “narrar” – que caracterizaram a mensagem do ano passado – agora Francisco destaca outro verbo fundamental na gramática da comunicação: “Escutar”. E escutar é muito mais do que ouvir, enfatiza o Papa, pois requer proximidade e conduz ao diálogo. Ouvir é um ato físico, deixa-nos na aparência, na superfície, na simples conexão; enquanto o escutar é ato simbólico, comunicativo, de interpretação, que nos conduz à profundidade das questões e da relações. Muitas vezes corremos o risco de ouvir sem escutar, falar sem dialogar. “Só prestando atenção a quem escutamos, àquilo que escutamos e ao modo como escutamos é que podemos crescer na arte de comunicar” porque, sublinha o Papa, “no fundo, a escuta é uma dimensão do amor”.

 

A verdadeira comunicação existe apenas quando baseada na escuta, pois é na capacidade de escutar, ou seja, no perceber realmente o que o outro diz e pensa, que se alicerça a construção da proximidade, um dos conceitos-chaves de todo o pontificado de Francisco, juntamente com o “encontro” e o “diálogo”. Ao escutar, encontramos o outro, saímos de nós mesmos, superamos o individualismo e nos tornamos comunidade/comunhão. A verdadeira comunicação, portanto, depende da escuta, não é redutível à simples troca de mensagem, não é uma simples transferência de informações ou dados. Não basta transmitir ou publicar para comunicar, assim como não é suficiente estabelecer um contato com o outro (um “like”, por exemplo) para nos relacionarmos.

 

Não por acaso, na mensagem o Papa fala de um “apostolado da escuta”, fundamental na ação pastoral. Apostolado profundamente “paulino” eu acrescentaria. Não só porque Paulo afirma que “a fé nasce da escuta” (Rm 10,17), mas sobretudo porque esta era uma das suas estratégias na evangelização. Antes de falar, Paulo escutava. Antes de fundar um comunidade, ia ao encontro e escutava os seus interlocutores. Antes de dar orientações, escutava as necessidades dos batizados. Antes de escrever suas cartas, escutava os problemas concretos que afligiam as comunidades.

 

O Papa nos alerta ainda para o fato de que o diálogo que brota da escuta é o ponto de partida também para a superação da intolerância, outra característica forte da nossa sociedade que perdeu a capacidade de escutar. Só através do diálogo podemos crescer e mudar de opinião ou de postura, só dialogando (abrindo nosso coração ao “outro”, ao diferente, ao migrante…) podemos melhorar, evoluir, nos superar, nos enriquecer cultural, intelectual e espiritualmente. “Jesus foi um homem de diálogo e de encontro”, recordava o Instrumentum laboris do Sínodo para a Amazônia. Nesse mesmo documento se enfatizava que “o contrário do diálogo é a falta de escuta e a imposição que impedem de nos encontrarmos, de comunicarmos e, portanto, de convivermos” (n. 36).

 

Além da abertura ao outro, o Papa recorda na mensagem deste ano que “a escuta requer sempre a virtude da paciência, juntamente com a capacidade de se deixar surpreender pela verdade”. Quantas vezes preferimos as fake news que nos convém ao invés da verdade que nos questiona! Para construir uma comunicação autêntica é preciso aceitar a verdade que brota do diálogo, mesmo que esta seja incômoda e não nos agrade. São Paulo é um grande mestre também nesse quesito. O modo como ele se confrontava com as suas comunidades – e até mesmo com os outros apóstolos como vemos no episódio do Concílio de Jerusalém (cf. Atos 15) –, buscando o crescimento mútuo, pode nos iluminar nas nossas relações, na prática pastoral e sobretudo no processo sinodal que estamos vivendo. “Com efeito – afirma o Papa –, a comunhão não é o resultado de estratégias e programas, mas edifica-se na escuta mútua entre irmãos e irmãs. Como num coro, a unidade requer, não a uniformidade, a monotonia, mas a pluralidade e variedade das vozes, a polifonia.”

 

 Frei Darlei Zanon

PASCOM BRASIL

 

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Reaprender a escutar

 

A mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais é provocante. Só é capaz de comunicar verdadeiramente quem é capaz de conjugar o verbo escutar. Esta pode ser uma chave de leitura que o pontífice traz em sua simples e densa mensagem, partindo do princípio de que “a escuta continua essencial para a comunicação humana”. E a pergunta que me guiou durante a leitura e reflexão da carta foi: eu sei, de fato, escutar?

 

O indicativo de Francisco, que é, inclusive, o título da mensagem, é que é preciso “escutar com o ouvido do coração”. É preciso acreditar nesta verdade, é preciso acreditar que o nosso coração tem ouvidos. É uma metáfora muito real, pois somos capazes de distinguir pessoas que agem verdadeiramente com o coração, que agem de coração, daquelas que não agem. No cotidiano, facilmente reconhecemos as pessoas que escutam com o coração. Elas demonstram atitudes de uma alma pacificada, dão valor ao que realmente é necessário e têm o passo no compasso certo.

 

Escutar nos remete à fala, a palavras… nos remete à Palavra! Nas sendas da espiritualidade, é preciso uma atitude comprometida do comunicador para escutar Aquele que Se fez Palavra. Esta arte, que precisa ser trabalhada todo o tempo, só acontece a partir do silêncio, algo tão difícil nestes tempos barulhentos. Na mensagem para o 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais (2012), o Papa Bento XVI afirma que “o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos.” Recuperar a mística do silêncio implica descobrir que nele é possível falar com Deus e de Deus, como ensina o papa emérito na mesma mensagem. É redescobrir que a comunicação existe no silêncio, que a escuta existe no silêncio.

 

O educador Rubem Alves, num texto bastante conhecido, intitulado A arte de ouvir, diz que ao prólogo joanino de que no princípio era o Verbo, ele acrescentaria: “Antes do Verbo era o silêncio. É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados”. O silenciar-se é, inclusive, uma condição para ouvir Deus que, como afirma Francisco, “sempre Se revela comunicando-Se livremente” e a resposta da humanidade deve ser “sintonizar-se, colocar-se à escuta”. Muitas vezes ordenamos que Deus nos escute, mas somos incapazes de escutá-Lo.

 

Corriqueiramente, e talvez erroneamente, associemos escuta a fones de ouvido. Não raras vezes, encontramos imagens e peças publicitárias que trazem pessoas fechadas em seu mundo, com enormes fones. Nem sempre este ato representa a escuta de si mesmo, mas, um alheamento ao mundo que o cerca e, consequentemente, ao outro. Pode indicar uma atitude individualista, de quem não se preocupa com aquilo que está à sua volta. Na rua, no ônibus, na academia e até dentro das próprias casas, encontramos pessoas constantemente à procura do barulho, em seus fones de ouvido. Quantas vezes precisamos nos esforçar grandemente para atrair a atenção de uma pessoa que está fechada em seu mundo.

 

 

Esta imagem é um indicativo para pensar o valor do outro, a partir do que Francisco descreve na mensagem como “o eu e o tu encontram-se ambos ‘em saída’, tendendo um para o outro.” Ele acentua fortemente a capacidade de escutar o outro trazendo a importância do “apostolado do ouvido”, a referência ao teólogo Bonhöffer de que “quem não sabe escutar o irmão, bem depressa deixará de ser capaz de escutar a Deus” e que “não se faz jornalismo sem a capacidade de escutar”. Ora, o escutar exige a capacidade pessoal e o esforço social de sair do mundo dos monólogos, das verborragias. O escutar exige tempo e atenção, exige calma e alma.

 

O reaprender a escutar passa pelo reaprender a encontrar, a conviver, a reconhecer o eu-tu, aquilo que o jornalista e teólogo Martin Buber apresenta na sua magna obra Eu e Tu, que “todo viver real é encontro”[1]. Esta é a dinâmica da própria vida, feita de encontros, “embora haja tanto desencontro pela vida”, poetizou Vinicius de Moraes no Samba da bênção. Os comunicadores ajudam a construir a cultura do encontro na medida em que testemunham os valores do Evangelho e ajudam as pessoas a compreender a alteridade. Este talvez seja um conceito em crise no nosso tempo e a mensagem do Papa Francisco indica a escuta como um caminho fecundo para recuperá-lo. Escutar é um exercício de alteridade que se dá a partir do diálogo, a partir do encontro presencial e a partir do encontro que realiza por meio das plataformas.

 

Talvez não precisemos de muito para escutar o outro. Tempo e rebaixamento creio que são essenciais. Tempo para acolher o outro, para entrar em seu mundo-vida e crescer com sua experiência. Rebaixamento, pois este é um exercício fundamental na comunicação. Papa Francisco, em entrevista ao sociólogo francês Dominique Wolton publicada no livro O futuro da fé, aponta que “se eu não saio de mim mesmo para procurar o outro me rebaixando, não há comunicação possível!” Esta foi a forma de Deus Se comunicar, inclusive! A mestra de oração e doutora da Igreja, Santa Teresa de Jesus, reza: “Seja louvado para sempre, amém, o Senhor que, rebaixando-se em se comunicar com tão miseráveis criaturas, quer mostrar assim a Sua grandeza”[2].

 

Francisco ainda dedica algumas linhas a afirmar que existe uma surdez interior e que esta é pior do que a física. O filósofo Maurice Merleau-Ponty, na Fenomenologia da Percepção, discorre que o sujeito surdo, ou cego, não rompe a comunicação com o mundo em geral. Para ele, sempre há algo diante do sujeito, “o ser para decifrar” e que “essa possibilidade é fundada para sempre pela primeira experiência sensorial, por mais estreita ou por mais imperfeita que ela possa ser”[3]. De fato, há irmãos e irmãs surdos que escutam muito mais do que ouvintes. É o exemplo vivo do que o papa coloca na mensagem que, “de fato, a escuta não tem a ver apenas com o sentido do ouvido, mas com a pessoa toda. A verdadeira sede da escuta é o coração.”

 

Escutar prescinde parar um pouco, olhar nos olhos, sentir o pulsar do coração. Sem essa capacidade, produz-se uma comunicação mecânica e distante da realidade. Escutar, na comunicação com o outro, segundo o Papa Francisco, “é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual. Escutar ajuda-nos a individuar o gesto e a palavra oportunos que nos desinstalam da cômoda condição de espectadores” (Evangelii Gaudium, n. 171)

 

A celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, em sua 56ª edição, é um convite para reaprender a escutar: a si mesmo, a Deus e ao outro. Na era da velocidade, é preciso dar tempo ao tempo, escutar a escuta, decantar os sentimentos e aprendizados, certos de que a nossa comunicação só será plena quando for reflexo não do que falamos, mas do que escutamos.

 

[1] BUBER, Martin. Eu e Tu. 10. ed. São Paulo: Centauro, 2009. p. 49

[2] JESUS, Santa Teresa de. Obras Completas.2ed. Org: Frei Tomaz Alvarez. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 558

[3] MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 440.

 

 Marcus Tullius

 

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Inscrições abertas para a primeira Conexão Pascom de 2022

 

A Pascom Brasil promove mais uma temporada da Conexão Pascom, com quatro formações no decorrer de 2022. O primeiro acontece na próxima terça-feira, 15 de fevereiro, às 20h, pela plataforma Zoom. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela plataforma CiaTicket, apoiadora do evento. Na ocasião, será apresentado o subsídio para celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais.

 

A proposta é dedicar uma conexão para cada eixo da Pastoral da Comunicação, como parte da formação permanente da Escola Nacional de Comunicação, e o objetivo de aprofundar o conhecimento para os comunicadores das comunidades, paróquias e dioceses.

Escutar

 

O primeiro encontro da Conexão Pascom será dedicado ao eixo da formação e tem como objetivo auxiliar os comunicadores na preparação do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2022. Com o tema “Escutar com o ouvido do coração”, a mensagem do Papa Francisco reforça que “escuta continua essencial para a comunicação humana”. Por isso, o tema da formação será Escutar. Para este momento, foi preparado um painel com experiências de escuta.

 

Contaremos com a presença de:

 

 Joelma Viana, gestora da Rede de Notícias da Amazônia e vice-presidente da Rede Católica de Rádios. Atua há 21 anos na comunicação radiofônica. É graduada em Letras, especialista em jornalismo científico em mestra em Educação. Joelma irá partilhar a experiência do rádio, um veículo que utiliza predominantemente a escuta.

 

 

René Dentz, professor de Ética da PUC-Minas, onde também atua como membro da equipe executiva do Observatório da Evangelização. Psicanalista, doutor em Teologia pela FAJE, com pós-doutorado pelas Université de Fribourg/Suíça, Universidade Católica Portuguesa e PUC-Rio. É comentarista da TV Horizonte e da Rádio Itatiaia. Autor de 7 livros, dentre os quais “Horizontes de Perdão”. René irá trabalhar a importância da escuta na pastoral.

 

 

Padre Eduardo Kologeski dos Santos, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Salete em Porto Alegre e Promotor Vocacional da Arquidiocese de Porto Alegre. Padre Eduardo irá partilhar a experiência do TelePaz, serviço de acolhida por meio da escuta oferecido durante a pandemia.

 

 

 

Próximas datas 

 

Os próximos encontros da Conexão Pascom  já têm data marcada e irão acontecer no segundo semestre. Coloque na sua agenda e participe!

 

20/09, 20h – EIXO DA ESPIRITUALIDADE

18/10, 20h – EIXO DA ARTICULAÇÃO

22/11, 20h – EIXO DA PRODUÇÃO

 

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JORNAL BRASIL HOJE: produção da SIGNIS rádio (RCR) para Emissoras Católicas do Brasil completa 10 mil edições no ar

 

Nesta quinta-feira, 10 de fevereiro, o Jornal Brasil Hoje (JBH), uma produção da Signis Rádio – Rede Católica de Rádio (RCR) completa 10 mil edições no ar ininterruptas. O jornal vai ao ar diariamente, das 7 às 7h30 (hora de Brasília) e é produzido de forma colaborativa por repórteres e colaboradores de emissoras católicas de todo o país.

 

No ar há desde a década de 90, o Jornal Brasil Hoje, nasceu praticamente junto com a rede católica de rádio e sua missão desde então é abordar diariamente as principais notícias do dia, entrevistas e reportagens sobre temas de interesse público com os destaques nacionais e internacionais. Além apresentar os temas ligados a pauta da Igreja no Brasil e informações do Vaticano.

 

Desde março de 2020, o JBH é gerado pela Rádio Cultura de Guarapuava (PR) e tem como âncora e editor, o jornalista Cléber Moletta e apresentador, o vice-presidente da Signis Rádio RCR, Jorge Teles. Ao longo desses mais de 20 anos, o jornal já foi gerado pelas Rádio Imaculada (SP), Aparecida (SP) e Difusora Pai Eterno (GO).

 

Para o âncora e editor do JBH, Cléber Moletta, o rádio é reconhecido como o meio de comunicação que alcança públicos que outros meios não conseguem e para o Jornal Brasil Hoje isso é muito significativo, porque é uma ferramenta de unidade da Igreja no Brasil por questão econômica, social, até mesmo cultural.

 

“Muitas pessoas têm somente no rádio a possibilidade de se informar sobre acontecimentos importantes da Igreja no Brasil, compreender e entender posicionamentos. E não só temas relacionados à Igreja, noticiário geral, os acontecimentos do país são levados essa pessoa com uma ótica, olhar muito específico, que é o olhar da Igreja sobre sistemas sociais. Eu diria que a doutrina social da igreja está muito embutida dentro da linha editorial do Jornal Brasil Hoje a gente procura selecionar os temas que vão ter um impacto direto na vida da pessoa, seja na prestação do serviço, nessa questão dele está unido de informações importantes para sua cidadania, sempre com essa leitura baseada nos documentos de comunicação que a igreja dispõe”, ressalta.

 

De acordo com a religiosa das Irmãs Paulinas, jornalista, sócia-fundadora da RCR da qual foi presidente por dois triênios, Irmã Helena Corazza, o Jornal Brasil Hoje é um projeto jornalístico que nasceu para levar à sociedade uma visão cristã da realidade por meio de um jornalismo aberto às questões sociais, educacionais, políticas, econômicas, tratadas de forma ética, com fontes seguras, que tantas vezes, se tornaram denúncia e anúncio, porque em sintonia com o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja.

 

“Acreditamos que o jornalismo, mesmo sem falar explicitamente de religião, evangeliza porque ajuda as pessoas a pensarem e formarem sua opinião dentro de princípios éticos que respeitam e promovem a pessoa humana e seus direitos”, aponta.

 

Para a jornalista Angélica Lima, que foi editora e âncora do JBH, de abril de 2018 a fevereiro de 2020 – perídio que o jornal foi gerado pela Rádio Imaculada, à Milícia da Imaculada, “a fidelidade à informação, a imparcialidade e a defesa de direitos, especialmente dos mais vulneráveis, que não têm voz são, na minha opinião, as principais características da comunicação evangelizadora. Além da possibilidade de lançar um olhar mais humanizado e carregado de esperança de dias melhores. E esta é a marca do JBH”.

 

Foi na gestão da Rádio Imaculada que surgiu o convite à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para uma coluna semanal, que ganhou o nome de ‘Conexão CNBB’, que estrou em junho de 2018 sob o comando do jornalista da CNBB, Bruno Feittosa. A coluna vai ao ar todas as sextas-feiras, às 7h23 da manhã e leva aos ouvintes os principais destaques das atividades e da ação dos bispos da Igreja no Brasil e depois ficam disponíveis no canal da CNBB no soundcloud.

 

“Os veículos de comunicação de inspiração católica são a voz da Igreja. Temos a missão de reverberar a palavra de Deus e também as lutas as quais a Igreja trava na defesa do ser humano em sua integralidade. O quadro Conexão CNBB surgiu da necessidade desta comunhão entre esses veículos e a Igreja no Brasil. E foi uma parceria que deu super certo!”, destaca Angélica.

 

De acordo com o vice-presidente da Signis Rádio RCR e apresentador do jornal, Jorge Teles, o JBH é o “Jornal Nacional”, emissoras católicas que leva sua mensagem num mesmo horário à diversos locais, incluindo, aqueles mais longínquos do Brasil.

 

“É difícil precisar quantas pessoas nos ouvem apesar de que, se considerarmos a quantidade de rádios católicas que temos no país, o número de pessoas impactadas pelo JBH poderia ser muito maior. Com certeza poderíamos ser a maior rede de rádios do Brasil se nos uníssemos nesse projeto. O termo sinodalidade tão em evidência parece não fazer parte do dia-a-dia dos nossos meios de comunicação”, diz.

 

O vice-presidente da Signis Rádio RCR, acredita que com mais emissoras transmitindo, com mais mãos dispostas a trabalhar na produção, a qualidade seria bem maior.

 

“Mais emissoras significa maior abrangência. Maior abrangência possibilita patrocínios. Aporte financeiro na rede resultaria em possibilidade de melhorias, desenvolvimento de novos projetos, e quem sabe até rateio de verbas entre as rádios”, ressalta.

 

Ao todo são 230 emissoras de rádio no Brasil integradas na RCR e 56 retransmitem o Jornal Brasil Hoje que pode ser acompanhado também ao vivo pelo site da RCR e pelo canal da Rádio Cultura Guarapuava no Youtube.

 

Foto: Cleber Moleta e Jorge Telles. Foto: Arquivo Pessoal

 

Fonte: CNBB

 

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Núncio na Ucrânia: quem provoca a guerra não tem o direito de chamar-se cristão

 

Vatican News – É alta a tensão no leste europeu com a ameaça de uma invasão russa no território ucraniano. Vários países tem diminuído o pessoal diplomático nas embaixadas em Kiev. Na última quarta-feira, em mais um apelo pela paz, o Papa pediu para não esquecer que “a guerra é uma loucura”.

 

“Repito a todos que, aqueles que causam a guerra ou aqueles que não se comprometem em proteger a paz, não têm o direito de se chamar cristão”.

 

O núncio apostólico na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas, não mede palavras nessas horas tão delicadas em que a paz mundial está tão duramente ameaçada.

 

“As pessoas estão muito preocupadas e tensas”, disse o núncio à Agência SIR dos bispos italianos: “É evidente que os políticos muitas vezes não encontram ferramentas adequadas para superar os conflitos, porque quase sempre há algum conflito entre os interesses de parte”.

 

“Meu sonho – acrescenta Visvaldas Kulbokas – é ver não só na Europa, mas em todos os lugares, mais pessoas que se dediquem à política com sinceridade e dedicação, reconhecendo que se trata de uma vocação digna, a serviço de todos, de não deixar nas mãos de quem zomba da política como se a própria vida e a dos outros não fossem nada”.

 

Ao ser questionado sobre qual caminho tomar para promover a paz nos dias atuais, o núncio não hesita em responder: “Antes de tudo, converter-nos a Deus e ao nosso verdadeiro e eterno ‘eu’, isto é, a nós como seres humanos, chamados a ser luz e amparo uns dos outros”.

 

E acresenta: “Nós, como pessoas de fé, cristãos ou judeus ou muçulmanos, sabemos que só na verdadeira fé em Deus temos a possibilidade – e a chave certa – de resolver os conflitos; gostemos ou não, é assim: só a fé sincera nos ilumina”.

 

“A paz e a promoção da convivência entre todos – recorda o núncio – continuam sendo nossa vocação clara e imperativa. Confiemos nossa súplica de paz ao Senhor Jesus e à Virgem Maria”.

 

*Com Agência Sir

 

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Crise na Ucrânia, Francisco: a guerra é uma loucura

 

Amedeo Lomonaco – Vatican News

 

Depois de ter lançado o enésimo e sincero apelo pela paz na Ucrânia, o Papa Francisco na audiência geral tira os olhos do papel: ele parece estar se dirigindo a todos os homens, ao mundo inteiro, e pronuncia estas palavras improvisadas, intercaladas por uma breve pausa e um suspiro: “Não esqueçamos – disse – a guerra é uma loucura! Alguns momentos antes, o Pontífice havia agradecido “a todas as pessoas e comunidades que em 26 de janeiro passado se uniram em oração pela paz na Ucrânia”. E exortou-as a continuar “a implorar ao Deus da paz para que as tensões e ameaças de guerra sejam superadas através de um diálogo sério e que com esta finalidade possam também contribuir as conversações no Formato Normandia”.

A Oração em 26 de janeiro

 

Em 26 de janeiro passado, no dia dedicado por Francisco ao recolhimento pela crise que vive a nação do leste europeu, o Papa havia concluído a audiência geral com esta intenção: “Peçamos insistentemente ao Senhor que aquela terra possa ver florescer a fraternidade e superar feridas, medos e divisões”. Recordando então os sofrimentos do povo ucraniano ligados à Segunda Guerra Mundial, o Pontífice lembrou que mais de cinco milhões de pessoas foram aniquiladas durante a guerra: “É um povo sofredor que merece a paz”.

Diplomacia ao trabalho

 

As esperanças de paz também estão ligadas aos esforços diplomáticos para encontrar uma solução para a crise na Ucrânia. Após conversas com o presidente russo Putin em Moscou na segunda-feira, o presidente francês Macron teve um encontro face a face com o chefe de Estado ucraniano Zelensky em Kiev nesta terça-feira. Falando aos jornalistas, o chefe do Eliseu disse que agora existem “soluções concretas práticas”. “Agora”, disse ele, “há a possibilidade de fazer avançar as negociações” sobre a paz. Em Berlim, Macron reuniu-se então com o Chanceler Scholz e com o presidente polonês Duda. Na coletiva de imprensa conjunta, o chanceler alemão não escondeu “o momento muito difícil” e reiterou que qualquer ataque à integridade territorial da Ucrânia terá uma resposta “vigorosa”. O presidente polonês enfatizou a necessidade de proteger a integridade da Ucrânia e garantiu que “ainda é possível evitar uma guerra”. O caminho do “diálogo” com Moscou, disse finalmente Macron, é a única maneira de resolver o conflito.

 

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Posse Canônica do padre Carlos Eduardo como novo pároco da Paróquia de São Sebastião em Jucurutu, ocorrerá sexta (18) de fevereiro

 

A Paróquia de São Sebastião de Jucurutu tem a alegria de convidar a todos para missa de Posse Canônica de Padre Carlos Eduardo de Lira, novo pároco do município.

 

A celebração será no dia 18 de fevereiro de 2022, às 19h na Igreja Matriz.

 

A comunidade católica jucurutuense lhe deseja boas vindas e um ótimo pastoreio em nosso meio.

 

Sobre Pe. Carlos

 

Pe. Carlos é natural de Parnamirim-RN, nasceu no dia 07 de agosto de 1970, filho legitimo de José Farias de Lira e Severina de Lourdes de Lira.

 

1990 – Ingressou no Seminário Menor da Cidade de Nova Cruz-RN.

 

1991-1993 – Iniciou o Curso de Filosofia no Seminário Maior de São Pedro em Natal-RN.

 

1994 – 1997 – Cursou Teologia no Seminário de São Pedro em Emáus-Parnamirim-RN.

 

1998 – Foi acolhido por Dom Jaime na Diocese de Caicó e em fevereiro do mesmo ano, começou um estágio Pastoral na Cidade de Timbaúba dos Batista-RN. Em maio recebeu a Ordenação Diaconal.

 

No ano 2000 – foi enviado para uma experiência missionária na Diocese de Floriano (Piaui).

 

12.08.2000 – Ordenação Sacerdotal na Catedral de São Pedro de Alcântara na Cidade de Floriano-PI, pela imposição das mãos e Oração Consecrátoria de Dom Jaime Vieira Rocha e Dom Fernando Panico (na época bispo de Floriano-PI e hoje Bispo da Diocese do Crato-CE).

 

Após a ordenação ficou sendo Vigário Paroquial da Catedral de São Pedro de Alcântara e secretário do Bispado.

 

Seu Lema Sacerdotal é : TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE!

 

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Papa aos comunicadores: contrastar as fake news, mas não isolar os que têm dúvidas

 

Se for necessário combater as fake news, as pessoas devem sempre ser respeitadas porque muitas vezes aderem inconscientemente a elas”. Palavras do Papa no encontro com aos membros do Consórcio internacional da mídia católica “Catholic fact-checking” nesta sexta-feira (28) no Vaticano.

 

Adriana Masotti – Vatican News

 

Dirigindo-se aos membros do consórcio internacional da mídia católica “Catholic fact-checking”, o Papa Francisco convida a refletir sobre o estilo dos comunicadores cristãos diante de certas questões relacionadas com a pandemia. Para isso, ele cita algumas expressões de São Paulo VI presentes na Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais de 1972, onde ele reconheceu o poder dos instrumentos de comunicação social sobre o comportamento e as escolhas das pessoas. O Papa Paulo VI dizia ainda que “a excelência da tarefa do informante consiste não apenas em destacar o que é imediatamente perceptível, mas também em buscar elementos de enquadramento e explicação sobre as causas e circunstâncias de cada fato que ele deve relatar”. Uma tarefa, portanto, que requer um senso de responsabilidade e rigor. Francisco continua:

 

“O Papa Montini falava da comunicação e da informação em geral, mas suas palavras estão muito de acordo com a realidade se pensarmos em certas desinformações que circulam hoje na web. De fato, vocês se propõem em chamar a atenção às fake news e informações tendenciosas ou enganosas sobre as vacinas Covid-19, e o fazem colocando em rede com diferentes mídias católicas e envolvendo vários especialistas.”

Estar juntos pela verdade

 

Francisco lembra que o objetivo do Consórcio é “estar juntos pela verdade”. Estar juntos, o trabalho em rede, disse, é fundamental no campo da informação e, em um tempo de divisões, já é um testemunho. Hoje, além da pandemia, observou, a “infodemia” se espalhou, ou seja, “a distorção da realidade baseada no medo, que na sociedade global faz ecos e comentários sobre notícias falsificadas ou mesmo inventadas”. A multiplicação de informações e a circulação dos chamados pareceres científicos também podem gerar confusão. É necessário, continua o Papa, citando o que ele já havia dito em um discurso em outubro de 2021, “fazer aliança com a pesquisa científica sobre doenças, que progride e nos permite combater melhor”, considerando sempre que o conhecimento deve ser compartilhado.

 

Isto também se aplica às vacinas, recordou o Papa:

 

“Há uma necessidade urgente de ajudar os países que têm menos, mas isto deve ser feito com planos a longo prazo, não apenas motivados pela pressa das nações ricas em serem mais seguras”

 

“Os remédios devem ser distribuídos com dignidade, e não como esmolas de piedade. Para fazer um bem real, é preciso promover a ciência e sua aplicação integral. Portanto, estar corretamente informado, ser ajudado a entender com base em dados científicos e não em fake news, é um direito humano.

A palavra “para”

 

A segunda palavra que o Papa Francisco enfatiza é para, uma palavra pequena, mas cheia de significado: os cristãos, comentou, são contra as mentiras, mas sempre em prol das pessoas. Não devemos esquecer a “distinção entre as notícias e as pessoas”. Se for necessário combater as fake news, as pessoas devem sempre ser respeitadas porque muitas vezes aderem inconscientemente a elas. E o Papa afirma ainda:

 

O comunicador cristão faz seu o estilo evangélico, constrói pontes, é um artífice da paz também e sobretudo na busca da verdade. Sua abordagem não é de oposição às pessoas, ele não assume atitudes de superioridade, ele não simplifica a realidade, para não cair em um fideísmo do estilo científico. Na verdade, a própria ciência é uma contínua aproximação à resolução dos problemas. A realidade é sempre mais complexa do que pensamos, e devemos respeitar as dúvidas, ansiedades e perguntas das pessoas, tentando acompanhá-las sem jamais tratá-las com superioridade“.

 

O Papa Francisco sublinha mais uma vez o dever como cristãos de fazer todo o possível para “evitar a lógica da contraposição”, sempre tentando aproximar e acompanhar o percurso das pessoas. “Tentemos trabalhar pela informação correta e verdadeira sobre a Covid-19 e sobre as vacinas”, afirmou, “mas sem criar muros, sem criar isolamentos”.

Verdade

 

A terceira palavra que Francisco prende em consideração é verdade, que deve ser sempre procurada e respeitada pelos comunicadores. O Papa adverte a este respeito:

 

A busca da verdade não pode ser levada a uma perspectiva comercial, aos interesses dos poderosos, aos grandes interesses econômicos. Ficar juntos pela verdade significa também buscar um antídoto para algoritmos destinados a maximizar a rentabilidade comercial, significa promover uma sociedade informada, justa, saudável e sustentável. Sem uma correção ética, estes instrumentos geram ambientes de extremismo e levam as pessoas a uma radicalização perigosa“.

 

A verdade para o cristão, continuou o Papa, não se trata apenas de coisas individuais, mas de toda a existência e também inclui significados relacionais como “apoio, solidez, confiança”. E o único “verdadeiramente confiável e digno de confiança, com quem se pode contar, que é ‘verdadeiro’, é o Deus vivo”. Jesus disse de si mesmo: “Eu sou a verdade”. E conclui indicando novamente um estilo preciso de comunicação:

 

“Trabalhar ao serviço da verdade significa, portanto, buscar o que favorece a comunhão e promove o bem de todos, não o que isola, divide e se opõe”

 

Foto:  Encontro do papa com aos membros do Consórcio internacional da mídia católica “Catholic fact-checking”

 

Fonte: Vatican News

 

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Ouvir o irmão para ouvir a Deus: mensagem do Papa para o Dia das Comunicações

 

“Escutar com o ouvido do coração” é o título da mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais.

 

No texto, o Pontífice analisa a dimensão na escuta em tempos de redes sociais e a sua importância no processo sinodal da Igreja.

 

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

 

Foi divulgada esta segunda-feira, festa de São Francisco de Sales (padroeiro dos comunicadores), a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano será celebrado em 29 de maio.

Depois de dedicar a mensagem precedente aos verbos “ir e ver”, o Papa escolheu outro verbo decisivo na gramática da comunicação: “escutar”. De que modo? Com o ouvido do coração.

A fé vem da escuta

 

O avanço da tecnologia comunicativa colocou à disposição podcasts e áudios em aplicativos, que demonstram que a escuta continua sendo essencial para a comunicação humana, condição para um autêntico diálogo. Entre os cinco sentidos, Deus parece privilegiar a audição. São Paulo dizia que “a fé vem da escuta”.

 

“A escuta corresponde ao estilo humilde de Deus”, escreve o Papa. É essa ação que permite que Deus se revele como Aquele que, ao falar, cria o homem à sua imagem, e ao ouvi-lo, o reconhece como seu interlocutor. “No fundo, ouvir é uma dimensão do amor”, mesmo se às vezes o homem tende a “tapar os ouvidos”.

 

“Existe de fato uma surdez interior, pior do que a física. Ouvir, com efeito, não diz respeito apenas ao sentido da audição, mas à pessoa toda.”

 

O verdadeiro órgão da audição, portanto, é o coração, ali sentimos o desejo de estar em relação com os outros e com o Outro. “Não somos feitos para viver como átomos, mas juntos.”

A escuta como condição da boa comunicação

 

Todavia, Francisco alerta para o oposto da ação de escutar, que é “espreitar”, “bisbilhotar”, sobretudo em tempos de redes sociais. Ao invés de nos escutarmos uns aos outros, “falamos uns sobre os outros”. Ao invés de procurarmos a verdade e o bem, procuramos o consenso, buscamos audiência. Estamos simplesmente à espera que a outra pessoa acabe de falar, a fim de impor o nosso ponto de vista.

 

“A boa comunicação, ao contrário, não procura impressionar o público com uma piada de impacto, com a finalidade de ridicularizar o interlocutor, mas presta atenção às razões do outro e procura compreender a complexidade da realidade. É triste quando, até na Igreja, se formam alinhamentos ideológicos, a escuta desaparece e dá lugar a uma oposição estéril.”

 

Na verdadeira comunicação, acrescenta o Papa, o “eu” e o “tu” estão ambos “em saída”, inclinados um para o outro. Portanto, a escuta é o primeiro ingrediente indispensável do diálogo e da boa comunicação. “Não há bom jornalismo sem a capacidade de ouvir.” Aliás, este é um dos aprendizados basilares do jornalista: ouvir várias fontes.

Os perigos da “infodemia”

 

Na Igreja, esse preceito se transforma em “ouvir várias vozes”, que permite exercer a arte do discernimento e se orientar numa sinfonia de vozes.

 

Francisco cita o cardeal Agostino Casaroli, que falava de “martírio da paciência” em seu trabalho como diplomata, necessário para ouvir e ser ouvido.

 

Para o Papa, a capacidade de ouvir é mais valiosa do que nunca. De fato, este tempo “ferido pela longa pandemia” levou à “infodemia”, isto é, ao grande fluxo de informações sobre um tema específico – neste caso sobre a Covid – nem sempre fundadas e críveis, gerando desconfiança na sociedade.

 

Outro exemplo citado pelo Pontífice sobre a “arte de ouvir” vem do desafio representado pela migração forçada. Ouvir as experiências dos migrantes significa dar um nome e uma história a cada um deles. “Ouçamos estas histórias!”, exclama Francisco, encorajando os jornalistas a contá-las.

O “apostolado do ouvido”

 

O Papa conclui a mensagem analisando a dimensão da escuta dentro da Igreja. “Quem não sabe escutar o irmão, em breve já não será capaz de ouvir nem sequer Deus.”

 

Na ação pastoral, a obra mais importante é o “apostolado do ouvido”, aponta Francisco. “Dar gratuitamente um pouco do seu tempo para ouvir as pessoas é o primeiro gesto de caridade.”

 

A dimensão da escuta é ainda mais essencial no processo sinodal há pouco iniciado. “Rezemos para que seja uma grande oportunidade de escuta recíproca.”

 

“Na consciência de que participamos numa comunhão que nos precede e nos inclui, possamos redescobrir uma Igreja sinfónica, na qual cada pessoa é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como um dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe.”

 

Baixar Mensagem na ìntegra: AQUI

 

Imagem: Vatican Media

 

Fonte: Vatican News

 

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Bolsonaro cancela luto oficial por Frei Damião

 

O presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar os decretos de luto oficial a personalidades do mundo político, artístico, religioso e empresarial, que morreram durante governos passados. Além de famosos, vítimas de acidentes aéreos também tiveram suas homenagens canceladas.

 

Entre os famosos que tiveram seus lutos oficiais revogados estão o bispo católico Dom Hélder Câmara – indicado quatro vezes ao Nobel da Paz -, Frei Damião – respeitado religioso entre os nordestinos -, o empresário Roberto Marinho, ex-presidente das Organizações Globo e o antropólogo e cientista político Darcy Ribeiro.

 

As vítimas dos acidentes aéreos do voo 1907, da Gol, em 2006, e do voo 3054, da TAM, ocorrido em 2007, também perderam os lutos oficiais.

 

Por quê?

 

A Presidência da República diz que o ato é uma tentativa de “desburocratização”, segundo o portal Poder360. O objetivo, segundo o governo, é manter um “processo contínuo de organização e racionalização normativa”.

 

Apesar disso, recentemente, Bolsonaro decretou luto oficial pelo escritor Olavo de Carvalho, morto esta semana.

 

 

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Cantora e pastora Ludmila Ferber morre aos 56 anos

 

A cantora gospel Ludmila Ferber morreu, aos 56 anos, na noite da última quarta-feira (26/1). A informação é da revista Quem. Ela tratava um câncer de pulmão desde 2018.

 

Na época que compartilhou sobre a doença, a cantora contou que iniciava o tratamento de quimioterapia, mas afirmou estar positiva. “Ainda que o ritmo de viagens para ministrações diminua durante um tempo, meu ministério não parou. E nem vai parar”, disse a pastora.

 

O último post dela no Instagram, onde tem mais de 2 milhões de seguidores, foi na segunda-feira (24), citando sua canção “Buscar Tua Face é Preciso”. “Quando tudo parece estranho ao redor / Buscar tua face é preciso, Deus / Quando a gente não sabe o que está ocorrendo / Buscar tua face é preciso, Deus”, escreveu na legenda.

 

Ludmila, que foi casada de 1987 a 2014 com José Antônio Lino, deixa as três filhas do ex-casal: Daniela Ferber Lino, Ana Lídia Ferber Lino e Vanessa Ferber Lino.

 

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Padre Hipólito se despede da Paróquia de São Sebastião de Jucurutu

 

A santa missa das 19h deste domingo, 23 de janeiro de 2022, na igreja Matriz São Sebastião, foi marcada pela despedida do padre Hipólito que, após três anos em Jucurutu/RN assumirá uma nova missão, a partir de 08 de fevereiro de 2022, no município de São Vicente.

 

O momento foi marcado por mensagens de gratidão dos paroquianos ao sacerdote.

 

Quero agradecer a cada um de vocês que durante esses três anos nos ajudaram. Guardo boas lembranças do período que estive aqui, e esses bons momentos levarei comigo. Sou grato a cada um de vocês que caminharam comigo, continuarei exercendo meu ministério na paróquia de São Vicente e convido a todos a participarem da missa de posse no próximo dia 08 de fevereiro. Jucurutu me acolheu e agora sigo para uma nova comunidade aqui no Seridó. Minha gratidão ao Pe. Jaime que aqui permanecerá, aos diáconos, coroinhas, pastorais e a todos os paroquianos. Foi uma boa experiência e peço que ajudem ao Pe. Carlos a conduzir essa comunidade. Que Deus os abençoe, disse o padre Hipólito.

 

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Padre morre com suspeita de Covid-19 em Natal

 

O padre Antônio Cassiano da Silva morreu nesta segunda-feira (24) na Casa de Saúde São Lucas, em Natal, onde estava internado desde o dia 21 de dezembro passado, em tratamento de problemas cardiorrespiratórios e outras comorbidades.

 

O sacerdote também estava com suspeita de Covid-19, apontada há 15 dias, que segue em investigação.

 

A informação foi divulgada pela Arquidiocese de Natal. O local e horário do sepultamento ainda não foram divulgados.

 

“Padre Cassiano foi chamado para a casa do Pai, onde contemplará, eternamente, a face de Deus a quem muito amou e serviu ao longo de sua vida e exercício ministerial”, diz a nota de pesar divulgada pela instituição religiosa.

 

Padre Antônio Cassiano nasceu em 10 de maio de 1945, no município de Timbaúba (PE) e foi ordenado sacerdote em 01 de fevereiro de 1975, em Natal.

 

Foi pároco da Paróquia de Santana, em Santana do Matos, nos primeiros anos da vida sacerdotal.

 

De maio de 1982 a agosto de 2020, foi pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nas Quintas, zona oeste de Natal, quando se tornou emérito.

 

Entre 1984 e 2006, também desempenhou a função de capelão da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.

 

“Aos seus familiares, ex-paroquianos, irmãos no sacerdócio e a todos os seus amigos, desejamos a paz, a esperança e a consolação que vêm do Senhor”, encerra a nota da Arquidiocese de Natal.

 

Agora RN

 

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O inventor de palavras mortas

 

*Gislaine Marins

 

O português é uma língua incrível. Sendo falada em quatro continentes, o nosso léxico cobre praticamente todas as latitudes do planeta. Poderíamos até dizer: o sol jamais se põe no nosso idioma. A qualquer hora do dia e da noite haverá alguém falando português no mundo: para fazer uma promessa de amor, para chorar uma dor, para socorrer alguém, para acreditar, para persistir.

 

Nem tudo, porém, são flores no universo do nosso falar. Há palavras ameaçadas pelo esquecimento e outras que foram abandonadas por sua inutilidade. Há palavras mal compreendidas, porque às vezes queremos entender apenas aquilo que gira em torno do nosso umbigo e esquecemos os matizes, os saberes e as culturas daqueles que talvez nem estejam em outro país, mas apenas em outro Estado. Ignoramos muito e ouvimos pouco. O que além de um defeito, pode ser uma oportunidade.

 

De tudo o que acontece na língua, matéria viva, impregnada de tons e suspiros, de cheiros e de arrepios que sentimos como uma brisa nos ouvidos, o que mais me preocupa são as palavras mortas. No entanto, cabe uma distinção: uma coisa são palavras eternas; outra coisa são palavras mortas, que assombram pelo seu poder de criar rupturas com a realidade. Palavras mortas também não são palavras criativas, nem tampouco palavras imaginárias, que servem para gestar o futuro.

 

Palavras mortas são colocadas em circulação por seus criadores para que as pessoas percam os laços que as unem a um contexto. Quando as palavras são mal pronunciadas, não por problemas de articulação, mas por intenção de que as coisas não sejam compreendidas, cria-se uma palavra morta. Palavra inútil, danosa, feita para minar o sentido das palavras que possuem consenso. Quando falsificamos uma palavra, matamos a sua história e a sua semântica, tendo de recorrer a dezenas e centenas de outras palavras para reconstituir sentidos e desfazer o que foi arruinado. Quando as pessoas usam palavras no sentido próprio com o claro objetivo de enganar o interlocutor, matam o sentido da palavra credibilidade, que por sorte é como um gato com sete vidas. Há, porém, palavras mortas que conseguem ser ainda mais perigosas, pois os seus inventores criam para elas sentidos que abalam tudo o que conhecemos e nos desafiam a acreditar em coisas que podem ameaçar a nossa própria vida.

 

O que dizer de quem inventa palavras para afirmar que a Amazônia está mais verdejante do que nunca, que os nossos indígenas são os mais tutelados das Américas, que os nossos produtos agrícolas são seguros e legais, que o nosso ouro é explorado sem riscos para a nossa saúde? É um inventor de palavras mortas. Palavras perigosas: que envenenam o nosso prato, destroem o nosso meio ambiente, colocam em risco o solo e as águas e atingem em cheio a nossa ética.

 

Não podemos perceber palavras mortas e ficar calados. Todo crime clama por justiça, ainda que seja um crime linguístico. E talvez porque seja um crime linguístico: pois é mentindo, inventando, enganando, omitindo que as realidades tomam corpo. Toda palavra adquire materialidade, transforma-se em pensamento, em proposta, em ação. Há palavras que se tornam leis e que, justa ou injustamente, são impostas. Imaginem o que pode acontecer na nossa língua se os fazedores de realidades, com suas ordens, projetos e decretos, forem também inventores de palavras mortas. Imaginem, então, o que podem fazer com a nossa vida:

 

(Que falta nos faz Clarice Lispector, inventora de narrativas que colocam em crise o sentido de completude do texto. Inacabar era a sua especialidade, esperando que o leitor assumisse o seu papel ao virar a última página de cada livro. Assim, também esses dois pontos são um convite: que de palavras mortas já temos demais no mundo, e é hora de reconhecê-las, e de enterrá-las, e de dar espaço àquelas que podem transformar os nossos horizontes.)

 

Imagem: Pixabay

 

*A autora é Doutora em Letras, tradutora, professora e mãe. Autora de verbetes para o Pequeno Dicionário de Literatura do Rio Grande do Sul (Ed. Novo Século) e para o Dicionário de Figuras e Mitos Literários das Américas (Editora da Universidade/Tomo Editorial). É autora do blog Palavras Debulhadas, dedicado à divulgação da língua portuguesa.

 

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Oito das 13 irmãs Clarissas em Caicó, todas da clausura, testam positivo para a COVID-19 e precisam da nossa ajuda

 

Em Caicó, 08 das 13 irmãs Clarissas do Mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe estão com COVID 19. As freiras estão em repouso sem poder realizar suas tarefas diárias por algum tempo até a recuperação.

 

O Blog Gláucia Lima conversou com a Irmã Angélica e ela disse que todas as irmãs infectadas são da clausura. Elas apresentaram sintomas de gripe e fizeram os testes na tarde desta sexta-feira, 21.

 

As monjas clarissas vivem em regime de clausura pontifícia e trabalham para sustentar o mosteiro, desenvolvendo-o principalmente através do artesanato, com a confecção de cartões, quadros, imagens, terços e outros objetos devocionais; Também fabricam as hóstias e partículas usadas nas celebrações em toda a Diocese, além da confecção de alfaias e paramentos (túnicas, estolas, casulas e outros) que revestem os sacerdotes e ministros do altar. A renda é revertida em prol da manutenção do mosteiro, que subsiste também através das doações dos benfeitores daquela instituição.

 

Em tempo:

 

Clausura é a situação de quem não pode sair do claustro; internamento, encerramento.

 

Vamos ajudar as Irmãs Clarissas!

 

Ajude o Mosteiro das irmãs Clarissas de Caicó.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
AGÊNCIA 0758
OP 003
Cc 1293-5
CNPJ 10.872.463/0001-05
MOSTEIRO NOSSA SENHORA DE GUADALUPE.

 

Desde já agradecemos sua generosa doação, na certeza de que Deus te retribuirá com bênçãos e graças na sua vida.

 

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