Dia: 3 de outubro de 2021

Fiéis celebram festa dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu no RN

 

Neste domingo, dia 3 de outubro, o feriado estadual relembra a história dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, padroeiros do Rio Grande do Norte. O título é dado pela Igreja Católica aos trinta fiéis mortos, no interior da capitania do Rio Grande, cujo território daria origem à província e, posteriormente, ao estado de mesmo nome.

 

Os 30 católicos foram vítimas de dois morticínios, ambos no ano de 1645, durante as invasões holandesas no Brasil. O primeiro massacre ocorreu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, município de Canguaretama; o segundo foi na comunidade de Uruaçu, no município de São Gonçalo do Amarante.

 

No Rio Grande do Norte, os mártires são lembrados em duas datas: no dia 16 de  julho em Canguaretama, e no dia 3 de outubro em São Gonçalo do Amarante. Esta última foi decretada como feriado estadual em dezembro de 2006, ainda na gestão de Wilma de Faria. Os Mártires  foram beatificados pelo Papa João Paulo II em 5 de março de 2000. Os padroeiros do Rio Grande do Norte foram canonizados pelo Papa Francisco, em uma cerimônia no Vaticano, em 15 de outubro de 2017.

 

A festa dos Santos Mártires é celebrada pela Arquidiocese de Natal no período de 23 de setembro a 03 de outubro. Toda a programação da festa pode contar com a participação dos fiéis, obedecendo às normas de combate à covid-19. Em ambos, as celebrações também podem ser acompanhadas pelas redes sociais. No RN são três pontos de romarias e peregrinações: a Capela dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante; o Santuário dos Mártires, no bairro de Nossa Senhora de Nazaré, em Natal; e a Capela de Nossa Senhora das Candeias, no antigo engenho de Cunhaú.

 

No Santuário dos Mártires, no bairro de Nazaré, a programação festiva segue até o dia 12 de outubro. Ao longo deste domingo, são celebradas três missas: às 7h, presidida pelo pároco do Santuário, Padre Fábio Pinheiro; às 10h, presidida pelo arcebispo metropolitano Dom Jaime Vieira Rocha, e, às 17h, presidida pelo reitor do Seminário de São Pedro, Padre Valquimar Nogueira.

 

Neste domingo (03), uma missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, será realizada na Capela dos Mártires, em São Gonçalo do Amarante, às 16h. Ontem (02), ocorreu também a missa dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu no mesmo local, celebrada pelos padres Murilo e Gilmar Pereira.

 

O evento religioso contou com a presença da governadora Fátima Bezerra. Na ocasião, ela destacou a temática como propícia ao momento de pandemia que atravessa a humanidade.  “Eu peço aos Santos Mártires que elevem cada vez mais a nossa fé, esperança e confiança em dias melhores para o povo de São Gonçalo e do nosso estado. Que estejamos em comunhão. Eu fico emocionada porque há um ano nós estávamos em um momento bem difícil, a pandemia se fazia muito dura,  trazendo muito luto. Hoje, graças a Deus, a pandemia está arrefecendo. Quanto mais a vacina avança, mais a pandemia é controlada. Há três dias não temos nenhum óbito por covid’, disse a governadora.

 

A gestora estadual aproveitou também para fazer preces em prol da melhora do Prefeito Paulo Emídio, que se encontra internado e parabenizou a prefeitura pelo trabalho eficiente de combate ao coronavírus.

 

Antes da celebração, houve um momento cultural com a Banda de Música Municipal e o Boi de Reis, de São Gonçalo. O Boi Calemba Pintadinho existe há 114 anos, e agora está com o Mestre Dedé Veríssimo, que repassa as tradições do Boi para os mais novos há 38 anos.

 

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Mudanças climáticas e savanização da Amazônia irão impactar populações pelo calor

 

O desmatamento em grande escala da Floresta Amazônica associado às mudanças climáticas aumentará o risco de exposição ao calor extremo.

 

Esses níveis de calor, que serão fisiologicamente intoleráveis ao corpo humano, afetarão profundamente regiões onde residem populações altamente vulneráveis, segundo estudo publicado hoje pelos pesquisadores Beatriz Alves de Oliveira, da Fiocruz; Marcus Bottino e Paulo Nobre, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); e Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP). Trata-se da primeira análise dos impactos combinados do desmatamento e das mudanças climáticas na saúde humana.

 

Segundo os resultados do estudo Desmatamento e mudanças climáticas projetam aumento do risco de estresse térmico na Amazônia Brasileira, existe um limite de desmatamento da Amazônia que impactará a sobrevivência da espécie humana. Esse limite é acompanhado por um “efeito extremo na saúde” que deixará, até 2100, mais de 11 milhões de pessoas da região Norte do Brasil expostas ao risco extremo de estresse térmico, quando teremos atingido os limites de adaptação fisiológica do corpo humano devido ao desmatamento. Em outras palavras, não seremos capazes de manter nossa temperatura corporal sem adaptação.

 

Os pesquisadores enfatizam a necessidade urgente de medidas coordenadas para evitar efeitos negativos sobre as populações vulneráveis. “Os efeitos locais das mudanças no uso da terra estão diretamente ligados às políticas e estratégias de sustentabilidade das florestas, e as mudanças nessas áreas estão ao alcance da sociedade. Nessas áreas, o setor de saúde poderia ser um importante motivador na formulação de políticas integrativas para mitigar o risco de estresse térmico e a redução da vulnerabilidade social”, afirma Beatriz Oliveira, pesquisadora da Fiocruz Piauí.

Desmatamento e aumento da temperatura corporal

 

Sob condições ambientais desfavoráveis que incluem alta exposição à temperatura e umidade, as capacidades de resfriamento do corpo são enfraquecidas, resultando em aumento da temperatura corporal. A exposição sustentada a tais condições pode ocasionar desidratação e exaustão e, em casos mais graves, tensão e colapso das funções vitais, levando à morte. Além disso, o estresse causado pelo calor pode afetar o humor, os distúrbios mentais e reduzir o desempenho físico e psicológico das pessoas.

 

“As condições extremas de calor induzidas pelo desmatamento podem ter efeitos negativos e significativamente duradouros na saúde humana. Precisamos entender globalmente que se o desmatamento continuar nas proporções atuais, os efeitos serão dramáticos para a civilização. Essas descobertas têm sérias implicações econômicas que vão além dos danos às lavouras de soja”, afirma Paulo Nobre, do Inpe.

 

No Brasil, os efeitos combinados do desmatamento e das mudanças climáticas já estão sendo relatados com base em dados observacionais, com os valores de aquecimento mais extremos relatados em grandes áreas desmatadas de 2003 a 2018.

 

Nas modelagens climáticas realizadas pelos pesquisadores, a combinação de mudança no uso da terra e aquecimento global pode ampliar ainda mais os riscos ocupacionais. Além disso, fatores induzidos pelo homem responsáveis pela savanização da Amazônia, como aumento do número de incêndios florestais, bem como expansão de áreas agrícolas e atividades de mineração, tendem a impulsionar o crescimento desordenado e um processo de urbanização não planejado, com falta de infraestrutura sanitária básica e trabalho informal mais frequente. Esses fatores estão associados ao processo de desmatamento e ao aumento da desigualdade e da vulnerabilidade, que atuam em sinergia com os efeitos das mudanças climáticas, aumentando ainda mais a demanda por serviços de saúde e proteção social na região da Amazônia brasileira.

Impacto na economia

 

Os resultados do estudo mostram que os efeitos serão em escala regional, com os maiores impactos diretos na região Norte do país. Do total de 5.565 municípios brasileiros, 16% deles (30 milhões de pessoas) sofrerão impactos por estresse térmico com a savanização da Floresta Amazônica. Da população impactada, 42% residem em municípios da Região Norte, que apresenta baixa capacidade de resiliência e alta vulnerabilidade social. Nesta região, aproximadamente, 12 milhões de pessoas poderão ser expostas ao risco extremo de estresse por calor até 2100. Com a savanização da Amazônia e as limitações na capacidade de adaptação da Região Norte do Brasil, a população dessa área poderá viver em condições precárias de sobrevivência, impulsionando efeitos como a migração em massa, afirmam os autores.

 

Além disso, o aumento da exposição ao estresse térmico poderá impactar várias áreas da economia, com redução da produtividade do trabalho, uma vez que os trabalhadores estarão expostos a condições térmicas fatais. No Brasil, os trabalhadores ao ar livre já estão expostos ao estresse térmico, e as projeções apontam para um aumento da exposição a alto risco nas próximas décadas. O aumento de 1,5°C na temperatura média global, com base nas projeções dos modelos climáticos dos pesquisadores, poderá representar 0,84% das perdas de jornada de trabalho até 2030, o equivalente a 850 mil empregos de tempo integral, principalmente nos setores agrícola e de construção civil – na agricultura, o alto risco associado ao trabalho intenso e à sobrecarga térmica já foi observado entre os cortadores de cana-de-açúcar.

 

Nas estimativas dos pesquisadores não foi considerado o crescimento populacional ou mudanças na estrutura demográfica ou expectativa de vida. Assim, os resultados expostos no estudo refletem os efeitos isolados da mudança climática e da savanização e podem ser interpretados para representar os efeitos que seriam observados se a população atual fosse exposta às distribuições projetadas de estresse térmico. Já a vulnerabilidade da população exposta foi avaliada por meio do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) dos municípios brasileiros. Este índice é baseado em 16 indicadores que refletem fragilidades no sistema de saúde e educação (capital humano), infraestrutura urbana e renda e trabalho.

 

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Outubro Rosa: Inca estima mais de mil novos casos de câncer de mama no RN em 2021

 

O mês de outubro começou com o alerta da campanha de prevenção e conscientização para o diagnóstico precoce do câncer de mama. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 1.130 novos casos da doença no Rio Grande do Norte em 2021, sendo mais de 50% diagnosticados já em estágio avançado.

 

Apenas nas unidades da Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer, 975 novos casos foram diagnosticados em 2020. Em 2021, até agosto, foram 640 novos casos.

 

A mamografia de rotina é o método mais eficaz para o diagnóstico do câncer de mama em estágio inicial, possibilitando a cura em mais de 90% dos casos. O exame é indicado para mulheres assintomáticas, ou seja, sem anormalidades na estrutura mamária.

 

Ainda de acordo com o Inca, a mamografia periódica permite uma redução de cerca de 30% na mortalidade por câncer de mama em mulheres de 40 a 69 anos. Até agosto, a Liga realizou 10.898 mamografias.

 

O Outubro Rosa surgiu há cerca de 20 anos nos Estados Unidos e ganhou alcance mundial. Pelo 14º ano, a Liga entra na luta para conscientizar e mobilizar a sociedade para o combate ao câncer de mama – um dos tipos de câncer mais comuns entre as mulheres, que corresponde a 29,7% dos novos casos da doença a cada ano no Brasil.

 

A campanha começa oficialmente na sexta-feira (1). Devido à pandemia da Covid-19, as ações ainda serão realizadas de forma on-line, respeitando as medidas e protocolos de prevenção, distanciamento e segurança.

 

A Liga atuará através da disponibilização de materiais informativos elaborados por seus especialistas, em parceria com o Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação (IEPI) da instituição, em suas redes sociais e site. Esse ano, a campanha traz destaque à importância da manutenção de hábitos saudáveis e alerta sobre a necessidade da realização periódica da mamografia e demais exames.

 

O Grupo Reviver, que fornece gratuitamente exames de mamografias através de um convênio com o SUS, vai atender mulheres a partir dos 40 anos em Natal, Parnamirim e Assu com exames de mamografias, principais exames para detecção do câncer de mama.

 

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Tempestade de areia mata 4 pessoas no interior de São Paulo

 

Ao menos quatro pessoas morreram e seis ficaram feridas durante tempestades de poeira que atingiram o interior de São Paulo na sexta-feira, 1º. Um homem morreu em Tupã após ser atingido por um muro que caiu com a força do vento.

 

Outras três pessoas morreram ao serem envolvidas pela nuvem de fumaça e fogo que se levantou quando o temporal atingiu um pasto em chamas, em Santo Antônio do Aracanguá, perto de Araçatuba.

 

A segunda tempestade de areia em uma semana – o fenômeno já havia castigado o interior no último domingo, 26 – deixou também cidades paulistas sem energia e em estado de emergência. Em Tupã, o fenômeno chegou com rajadas de vento que derrubaram um muro de uma obra no bairro Reserva Tupã.

 

O trabalhador Fábio Alex Marques Castro, de 42 anos, foi atingido pelos escombros. Levado com ferimentos graves para a Santa Casa da cidade, ele não resistiu. Seu corpo foi velado neste sábado, 2, e sepultado no Cemitério da Saudade.

 

Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas que levantaram nuvens densas de poeira em várias regiões do interior atingiram mais de 80 quilômetros por hora.

 

A tempestade de areia, conhecida como “haboob”, é causada por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo muito seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação. Isso acaba criando um “rolo compressor” de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.

 

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