Rede social do RN para pets mira em 1 milhão de usuários

 

Seguidores, curtidas, mensagens, fotos e vídeos se tornaram elementos freqüentes no cotidiano das pessoas a partir das redes sociais nos últimos anos. Essa vivência digital vem conquistando cada vez mais adeptos, humanos ou não. Voltada para pets, tutores e amantes de cães e gatos, a rede social potiguar PetLog pretende alcançar 1 milhão de usuários neste ano. A ideia da plataforma é criar uma comunidade com compartilhamento de aventuras, lembranças e momentos em um diário virtual.

 

A rede social está disponível para Android e iOS. De acordo com Pedro Vasconcelos, um dos fundadores da PetLog, o espaço virtual é mais do que um simples local para publicação de fotos dos pets na rede. Totalmente gratuito, o aplicativo busca aproximar tutores e socializar pets, servindo inclusive como espaço para promover encontros das comunidades fora do ambiente virtual.

 

“No aplicativo há um ambiente de conexões para encontrar tutores de cachorros da mesma raça, por exemplo, para combinar de se encontrar, às vezes a pessoa quer saber mais sobre determinada raça. Também tem um espaço para registrar passeios, fotos. Queremos criar uma comunidade onde as pessoas possam interagir fora do virtual”, explica.

 

Ao contrário do que acontece com mídias sociais como Instagram e Facebook, a PetLog surge com uma proposta de unir um público específico, com tecnologia de georreferenciamento – o que facilita o encontro e interação presencial dos usuários. O app é voltado para tutores de cães e gatos, mas já existe a ideia de incluir espaço para outros bichos de estimação como aves, roedores e répteis. Vasconcelos detalha ainda que a plataforma serve de marketplace para localização de espaços pet friendly, creches, veterinários, treinadores e adestradores.

 

“Nossa ideia é melhorar cada vez mais no sentido de trazer pessoas criadoras de conteúdos, integração com médicos veterinários, treinadores, passeadores, porque muita gente fica perguntando se alguém conhece tal profissional. A ideia é que ele seja um ambiente em que o tutor olhe e diga ‘a minha vida está aqui’. De socializar com fotos online até frequentar lugares com meus pets com avaliações da comunidade, se precisar encontrar uma creche com facilidade”, detalha.

 

Tutor de Thor e Ayla, dois huskies siberianos, Pedro diz que o conceito surgiu na tentativa de unir a paixão por pets com o interesse por temas como empreendedorismo, gestão e tecnologia. O protótipo foi inaugurado em 2020 e a versão 2.0 entrou no ar em setembro ao ano passado com melhorias de design, usabilidade, feed, função de registro automático de caminhadas utilizando o GPS do telefone, publicação de conteúdo temporário e otimização para encontrar usuários com interesse em comum. A startup potiguar PetLog é incubada do Instituto Metrópole Digital (IMD) da UFRN.

 

“Por causa desse amor eu sempre quis trabalhar alguma coisa na área pet, só não sabia ao certo o que era. Em 2018 eu entrei nesse mundo da tecnologia, fundei uma empresa de vendas digitais, montamos uma equipe e começamos a ter experiência na área. Na pandemia todas as tecnologias que a gente tinha preparado ficaram paradas e nós decidimos investir na área pet e realizar esse sonho que tínhamos”, lembra Pedro Vasconcelos.

 

Ao instalar o aplicativo, o usuário vai se cadastrar com nome, sobrenome, e-mail e informações básicas sobre o pet, como nome, data de nascimento e descrição. O app é dividido em quatro abas principais: “Início”, com feed de fotos, stories e uma espécie de álbum de figurinhas com benefícios como descontos em produtos pet; “Passeio”, com o registro das caminhadas; “Publicar” para subir fotos; e “Conexões” para encontrar tutores próximos.

 

Fruto de uma maratona de programação, o aplicativo tem sido validado por usuários no País e no exterior. A maior base dos utilizadores está espalhada por Natal e São Paulo, além de membros nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

 

Mercado cresce: Brasil é o 3º com mais pets

 

Anualmente, o número de animais de estimação em famílias brasileiras cresce, necessitando de serviços e produtos destinados aos pets. De acordo com o Radar Pet de 2021, pesquisa realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac), ligada ao Sindicato da Indústria Veterinária, somente durante a pandemia houve um crescimento de 30% em membros de quatro patas nos lares brasileiros. Nesse período em que todos estavam isolados da família e dos amigos, esses animais começaram a se incorporar nos lares como companhias essenciais.

 

Assim, hoje o Brasil ocupa o 3º lugar no ranking mundial de países com mais pets, num total de 149,6 milhões de animais de estimação, conforme aponta o censo do IPB (Instituto Pet Brasil) de 2021. O país fica atrás apenas da Argentina e do México.

 

Porém, a mudança nesse cenário não se relaciona apenas com o aumento na quantidade de animais de estimação presentes nos lares, mas também com a nova visão que os tutores têm sobre esses. De acordo com a pesquisa realizada pela Comac, em 2020, houve o crescimento de 7% nos tutores que enxergam seus cães como verdadeiros filhos, enquanto houve queda de 16% naqueles que entendem o pet apenas como um bicho de estimação.

 

Isso se reflete na busca por serviços que facilitam o cotidiano da família e oferecem os cuidados necessários para o bem-estar dos animais. E o mercado acompanhou essa tendência. E-commerces especializados em produtos para pets vêm ganhando espaço a fim de atender a demanda desses clientes e, conseqüentemente, o faturamento do setor deve aumentar. Assim, se o faturamento do mercado pet em 2021 foi de R$ 51,7 bilhões, a previsão é que ele seja 14% maior em 2022, segundo dados do IBP.

 

Natal tem comunidade de beagles e até bloquinho

 

Com um cachorro “muito inquieto e danado” em casa e cheia de curiosidade, Andreysa Freitas decidiu sair procurando outros tutores de cães da raça beagle no Facebook para compartilhar experiências e conhecer mais sobre o cãozinho de cores marrom, preto e branco, com orelhas grande e muito agitado. Foi então que surgiu a ideia de criar o Clube dos Beagles em 2016. “Na época não tinha muitas pessoas com beagle aqui em Natal, mas procurando eu encontrei algumas pessoas e nós marcamos um encontro numa praça da UFRN e resolvemos então criar esse clube para interagir e socializar”, lembra a tutora, que se afastou do clube após o falecimento de Toby em dezembro passado aos 11 anos.

 

Tribuna do Norte

 

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