Preso CEO da agência Match, ligada à Fifa

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Revista Veja: A Polícia Civil do Rio prendeu, dentro do Copacabana Palace, desta segunda-feira, o diretor da empresa Match – uma agência que opera para a Fifa. O inglês Raymond Whelan, de 64 anos, é, para a polícia, o líder da máfia dos ingressos que opera nas barbas da federação, com envolvimento de altos funcionários. A investigação da operação Jules Rimet concluiu que Whelan estaria acima do franco-argelino Lamine Fofana, um dos onze presos na semana passada. A Match tem direitos exclusivos para a venda de pacotes para o Mundial.

Na suíte de Whelan foram apreendidos cerca de cem ingressos para a Copa do Mundo no Brasil – a polícia ainda não detalhou para quais partidas. O diretor da Match saiu pela porta dos fundos do hotel e os policiais não deram declarações. A detenção foi feita com base em um mandado de prisão temporátia expedido pela Justiça do Rio, nesta manhã. O acusado foi levado para a 18ª DP (São Cristóvão), delegacia que conduziu a investigação, com o delegado Fábio Barucke.

Whelan teve o passaporte apreendido e, portanto, está impedido de deixar o país até que os crimes de que é acusado estejam esclarecidos. De acordo com a Polícia Civil, ele está no Brasil desde 2012 e tem dois filhos. O delegado do caso pediu ao Copacabana Palace as imagens do circuito interno de TV desde o início da Copa do Mundo, para investigar quem teve contato com Whelan – e, principalmente, com que frequência ele se encontrava com o franco-argelino Lamine Fofana.

Foi através do celular de Fofana que Whelan – conhecido como Ray – foi descoberdo. A Fifa, até esta manhã, recusava-se a fornecer a lista de nomes e telefones de seus credenciados no Brasil. Como não tinham em mãos os números, os policiais descobriram o prefixo de celular que era usado nos telefones de trabalho da federação. Ao discarem o prefixo no celular de Fofana, apreendido, identificaram um contato nomeado como “Ray Brasil”. Entre os dois, os registros apontaram 900 contatos, entre ligações e troca de mensagens.

Ainda que Whelan não seja um funcionário da Fifa, ele atua em nome da entidade na organização de pacotes e até do credenciamento de hotéis para o Mundial. Nos últimos dias, tem sido a porta-voz da Fifa quem tem respondido pelos problemas, e não um representante da Match. A empresa é ainda controlada pela Infront, uma companhia que tem como acionista Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

A suspeita sobre Whelan surgiu depois que a polícia descobriu um grupo que comercializava há meses ingressos para a Copa. Na semana passada, onze deles foram presos. Inicialmente, a suspeita era de que o franco-argelino Lamine Fofana fosse o responsável pela quadrilha. Mas escutas telefônicas apontaram que havia alguém acima de Fofana, com todos os privilégios e condições de abastecer o grupo com as melhores entradas para o Mundial, muitas delas de camarote.

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