Jornal diz que falta dignidade a brasileiros que celebram derrota argentina
Um dia após a final da Copa, o jornal argentino Olé provocou os brasileiros que festejaram a derrota da seleção portenha no Maracanã. “Você não tem dignidade”, titulou o jornal, em português. O periódico, conhecido por dar gás a provocações de arquibancada, sugeriu que os brasileiros sofrem de “síndrome de Estocolmo” por terem torcido pela Alemanha, a equipe que atropelou os anfitriões na semifinal por 7 a 1.
“Incrível: os brasileiros festejaram o triunfo da seleção que os humilhou”, escreveu o jornal em uma matéria em que lista os memes que tomaram conta da internet depois do tetracampeonato alemão.
“Como se diz dignidade em português?”, pergunta o periódico. “Parece que no Brasil eles também têm à mão essa palavrinha, embora não saibam muito bem o que significa.”
“Porque, para colocar a camiseta da Alemanha… a seleção que acaba de os humilhar, de os destroçar em mil pedaços, ou melhor, sete pedaços […] Vestir a camiseta só para torcer pelo rival da Argentina, não devem ter noção de dignidade, claro que não”, escreveu o jornal.
O Olé e o Tiempo Argentino destacaram uma manchete da versão eletrônica do Lance! Para exemplificar o sentimento que tomou parte dos brasileiros que temiam uma vitória argentina em pleno Maracanã. “Decime que se siente ahora”, escrevera o Lance! Após a derrota portenha.
Para o Tiempo, a provocação foi uma mostra de vingança e agressividade. O Olé respondeu: “Vou dizer o que se sente: orgulho!”
“Orgulho” e “obrigado”, por sinal, foram as palavras mais impressas nos jornais de Buenos Aires nesta segunda-feira. “Um obrigado mundial”, manchetou o Olé, que também sugeriu que até o Cristo Redentor viu um pênalti não marcado sobre Higuaín.
“Tristeza e orgulho: caímos de pé diante da Alemanha”, escreveu o Crônica. “Glória sem taça”, foi a escolha do caderno de esporte do La Nación. Já o Clarín, ao passo que também reclama de um suposto erro de arbitragem que definiu o resultado do jogo, também faz uma radiografia da jogada que levou ao gol de Götze, no segundo tempo da prorrogação: “Um gol que ainda nos dói”, classificou o periódico.