Assembleia-Geral da ONU aprova resolução que condena a Rússia por invasão à Ucrânia

 

CNN – A reunião foi convocada pelo Conselho de Segurança e feita de forma emergencial para discutir a situação no Leste Europeu. Para a aprovação, foi necessário maioria de 2/3 dos votantes.

 

Foram 141 votos a favor, cinco contrários e 35 abstenções.

 

Antes da votação, e introduzindo o projeto de resolução, o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kylytsya, disse que os “crimes cometidos pela Rússia” são bárbaros e difíceis de entender e pediu respeito à carta das Naões Unidas.

 

Ele terminou o discurso aplaudido pelos presentes na Assembleia.

 

O embaixador russo, Vasily Nebenzya, por sua vez, pediu que a minuta não fosse aprovada e que os países “votassem por seus interesses e não por pressão”. Durante seu discurso, acusou a Ucrânia de utilizar pessoas como escudo humano e manter reféns em Kiev.

 

Nebenzya disse que a recusa da votação permitiria “libertar a Ucrânia do neonazismo” e que há o crescimento de grupos com este ideal no país do Leste Europeu.

 

“Estamos tentando terminar a guerra de oito anos na região de Donbas. Falamos com todos, mas não nos deram ouvidos. O objetivo da operação especial mostra que não estamos fazendo ataques à infraestrutura civil”, adicionou.

 

O Brasil votou a favor, mas justificou. Durante o pronunciamento, Ronaldo Costa Filho, embaixador brasileiro nas Nações Unidas, disse que a resolução, da maneira que foi votada, porém, não vai “longe o suficiente” para uma paz sustentável.

 

“A paz exige a retirada de tropas e um trabalho amplo das partes. A resolução não pode ser entendida como algo que permita a aplicação indiscriminada de sanções”, afirmou. “O Brasil continua a pedir a todos os atores a desescalada e renovação dos esforços em favor de um acordo diplomático”, finalizou.

 

Bassam al-Sabbagh, embaixador da Síria na ONU, classificou a votação como “hipocrisia”. A representante de São Vincente e Granadinas, Rhonda King, exigiu um cessar-fogo imediato e diálogo.

 

António Guterres, secretário-geral da ONU, em pronunciamento à imprensa após a votação, disse que continuará fazendo “tudo ao alcance” para que o conflito termine e que as negociações continuem.

 

“Povo da Ucrânia, nós sabemos que vocês precisam de paz, e povos do mundo todo exigem essa paz”, afirmou.

 

A representante dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfied, também em pronunciamento, disse que “hoje, a luz venceu a escuridão”.

Entenda o conflito

 

Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.

 

Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

 

O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

 

Compartilhe aqui:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*