Apreensão: Ingressos ilegais ligam cambista à cúpula da Fifa

JOGADA

Diário do Nordeste: O mercado ilegal de ingressos da Copa do Mundo chega até a cúpula da Fifa. Nesta sexta-feira, foi revelada a informação de que ingressos descobertos nas mãos de cambistas estavam em nome do filho do vice-presidente da Fifa e responsável pelo departamento de Finanças da entidade, o argentino Julio Grondona.

Há dois dias, uma operação policial realizada no Rio de Janeiro mostrou que uma quadrilha vendia entradas nos hotéis da Fifa e tinha estreita relação com membros da entidade. Também ontem, a Justiça renovou as prisões preventivas dos 11 envolvidos já detidos na capital carioca.

Um encontro entre a polícia e a Fifa confirmou que os ingressos confiscados eram verdadeiros. No caso do filho de Grondona, o ingresso era válido para o confronto entre Argentina e Suíça, na última terça, em São Paulo. Em sua defesa, o filho do cartola, Humberto, disse não saber como seu ingresso teria chegado às mãos dos cambistas. Mas admitiu ao jornalista argentino Andrés Burgo que vendeu algumas das entradas a que tinha direito para um amigo.

A Fifa se recusou a responsabilizar Grondona ou seu filho e diz que aguarda uma apuração mais detalhada. “O fato de o nome de uma pessoa aparecer não significa que ele esteja envolvido”, declarou Delia Fischer, porta-voz da entidade.

Neste ano, a Fifa já pediu a prisão de 30 cambistas que estavam agindo no Brasil. Mas se recusou a dizer se pedirá que a polícia detenha Humberto Grondona, assim como fez em diversos casos.

Novas vendas

Pelas regras, os ingressos em nome de um cartola podem ser cancelados. Esses ingressos confiscados poderiam, então, voltar a ser vendidos, desta vez pelo site da Fifa. “A Fifa comprovou que os ingressos não são falsos”, declarou o delegado Fabio Barucke, que liderou o caso. “Eu levei a eles alguns ingressos e a Fifa vai avaliar os demais”, explicou.

Nesta sexta, a verificação dos ingressos foi feita por dois representantes da Match, única empresa autorizada pela Fifa para a venda de ingressos e camarotes da Copa, que foram à delegacia carioca que investiga o esquema de venda ilegal de entradas.

A Match também está sendo investigada. Segundo o delegado, há indícios de participação de alguém da Fifa, que seria o líder do milionário esquema criminoso, e também alguém da empresa responsável pela venda dos ingressos e camarotes. A Match é ligada a Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa.

O delegado concederia entrevista coletiva nesta sexta, mas não pôde comparecer porque foi chamado pela segunda vez para reunião com o comando da Polícia Civil. O motivo dos encontros não foi divulgado.

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