Varíola dos macacos chega à transmissão comunitária no RN

 

A varíola dos macacos (monkeypox) entrou em transmissão comunitária no estado do Rio Grande do Norte, de acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). A informação foi divulgada no boletim epidemiológico do dia 13 de agosto, usando dados do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância de Saúde (CIEVS). Ao todo, foram registrados 10 pessoas infectadas, sendo seis em Natal, três em Parnamirim e um em Mossoró. A capital potiguar também registrou 21 casos suspeitos da doença. Em todo estado, 45 casos estão em análise. Ainda de acordo com o boletim, os registros se distribuem entre pessoas de 21 a 60, sendo a maioria deles em pessoas de 31 a 40 e de 41 a 50 anos.

 

Os estados do Rio Grande do Sul, Amazonas, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal também se encontram com transmissão comunitária da doença. Isso significa que não é mais possível rastrear a origem da infecção e nem é preciso contato com pessoas de fora para contrair a varíola dos macacos. Em todo o Brasil, já são mais de 2 mil casos confirmados e cerca de 3 mil suspeitos em 22 unidades federais. Um óbito também foi registrado. No mundo, são mais de 35 mil confirmações e 13 óbitos. A doença foi registrada em cerca de 94 países no mundo.

 

De acordo com o infectologista, André Prudente Giselda, não é esperado uma nova pandemia como a da covid-19. “O número de casos não deve nem chegar próximo da covid-19, principalmente porque a transmissão mais eficaz é contato pele com pelo”, diz. Ainda de acordo com ele, o número de casos deve aumentar, como tem acontecido todos os dias, mas não na mesma proporção para o surgimento de uma nova onda ou de uma nova pandemia. “A gente já está aí com quase dois meses do primeiro caso no RN  e tem aí 10 casos confirmados”, afirma.

 

Transmissão

 

A transmissão da varíola dos macacos acontece de várias formas, sendo a principal delas, o contato físico. “A principal delas, ou seja, a mais eficaz é o contato com as lesões de algum doente, ou seja, as pessoas tem ferimentos na pele e aí o contato com esses ferimentos é que tem o maior poder de transmissão”, explica Prudente. Ainda de acordo com ele, por isso que é necessário diminuir os parceiros sexuais. “Na relação sexual, entra em contato pele com pele e acaba ocorrendo bastante essa transmissão”, continua.

 

A monkeypox também pode ser transmitida por vias aéreas, em casos de tosse ou pela fala, pela emissão de gotículas de saliva, como acontece com o coronavírus, mas de uma maneira menos eficaz. “Por isso que, apesar dos casos estarem aumentando, todos eles tem um vínculo com, principalmente de relações sexuais com casos que adquiriram a doença”. Segundo ele, esse é o principal motivo responsável por manter a quantidade de casos ainda baixa. Ele conta, também, que é necessário evitar estar em contato com materiais de uso pessoal, como roupas, toalhas e até roupas de cama contaminadas.

 

No momento, é mais indicado que as pessoas diminuam o número de parceiros sexuais. “Como, no momento, a maioria dos casos tem vínculo epidemiológico através de relações sexuais, se recomenda diminuir o número de parceiros. Aqueles que têm parceiros fixos, que assim mantenham e aqueles que não tem, que diminua consideravelmente nesse período”, pontua. Além disso, qualquer pessoa que apresentar sintomas, deve manter isolamento domiciliar, se o caso for leve.

 

“A transmissão acontece enquanto se tem lesões ativas na pele, então tem que esperar as bolhas romperem, formarem crostas e essas crostas se desgrudarem da pele e caírem. Aí pode voltar para convívio social normal”, diz.

 

A infecção acontece em alguns períodos. O de incubação, do momento do contágio até a aparição do primeiro sintoma (duração média de 13 a 21 dias); a fase febril onde a pessoa pode sentir febre, dor no corpo, mal-estar, náuseas (duração média de 1 a 4 dias); fase exantemática, a aparição das lesões na pele (média de 3 semanas, podendo durar mais tempo).

 

Tribuna do Norte

 

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