Porto Alegre registra quatro casos de nudez pública em 11 dias

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Um ato convocado por uma rede social para este domingo, e que recebeu mais de 3,6 mil confirmações, terminou com apenas um homem, não identificado, caminhando sem roupa por uma das principais avenidas de Porto Alegre. Desde que uma mulher inaugurou a prática, há 11 dias, mais três casos de pessoas andando nuas pela cidade foram registrados.

No domingo, uma “corrida pelada” foi registrada pelo fotógrafo Fernando Teixeira, freelancer da agência Futura Press em Porto Alegre. Uma mulher não identificada percorreu um trecho de pouco mais de 200 metros no centro da cidade, próximo ao Palácio Piratin, vestida apenas com tênis de corrida e boné.

No domingo, 15 pessoas compareceram à convocação para correr sem roupas na avenida Carlos Gomes e apenas um homem tirou a roupa por alguns minutos. Um dos organizadores reconheceu que a presença de jornalistas no local inibiu os participantes.

– Não contrario os poucos que foram e que não ficaram nus, embora estivessem lá para isso. Eu os entendo, pois também não fiquei nu. Havia um batalhão de jornalistas e fotógrafos e ninguém quer ser o rosto do evento. Nem eu – disse Venceslau Carbonero, que se apresenta como praticante de naturismo.

Carbonero promete outros eventos similares, além do que está marcado para o próximo domingo. As corridas peladas se inspiraram nos eventos do “nude runs”, que organizam vários circuitos se corredores sem roupa durante o ano todo em cidades europeias e americanas. A mais recente estava marcada para esta segunda-feira, em um clube fechado da cidade americana de Lutz, na Flórida.

No dia 30 de outubro, houve o registro da primeira mulher que correu sem roupas na cidade – no Parque Moinhos de Vento, um dos mais importantes de Porto Alegre. A mulher ficou nua e praticou corrida por alguns minutos até ser detida pela Brigada Militar. Ela tirou inclusive os tênis e correu descalça.

Levada para uma clínica psiquiátrica, a mulher recebeu atendimento especializado. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a família da corredora, que a manteve no anonimato, disse que ela tem problemas psicológicos e recebe acompanhamento profissional há mais de um ano.

Uma semana depois, foi a vez da lutadora de MMA Betina Baino percorrer nua, na chuva, mais de dois quilômetros de um das avenidas mais movimentadas de Porto Alegre. Betina, segundo o ex-treinador e amigo Pércio Rodrigues, foi internada em uma clínica de recuperação na sexta-feira, depois do episódio. No domingo, de acordo com o professor, passou o dia em um clube da zona sul de Porto Alegre.

Betina, segundo o amigo, passou a apresentar “problemas de relacionamento” depois que conheceu o pai do seu segundo filho, há cerca de dois anos. Rodrigues relata que o casamento durou pouco, e a atleta chegou a se envolver com drogas. Segundo ele, a atleta procurou o esporte como forma de se livrar das drogas. Na caminhada nua, flagrada por uma equipe de reportagem, Betina disse que havia se prostituído para sobreviver e que estava sem roupa “porque sou bonita”. “Eu não estou sem roupa, estou natural. O que não é natural é a gente não ter saúde. O que não é natural é uma atleta se tornar prostituta para sobreviver. O que não é natural é uma prostituta que devia ser rica virar sem-teto”, afirmou à reportagem.

O amigo e ex-treinador confirma que Betina saiu da casa dos pais há cerca de um ano e, desde então, tem morado de favor em casas de amigas ou alugado quartos em pensões. Os dois filhos – além do menino do último casamento, Betina tem uma filha de 16 anos – moram com os avós. Rodrigues descartou a possibilidade de que o ato tenha conotação comercial, para alavancar a carreira da atleta no MMA – em cinco lutas, Betina perdeu três e ganhou duas.

– Não acredito. Mas, na minha opinião, acho que ela deveria aproveitar a repercussão para aparecer e conseguir um patrocínio. As lutas infelizmente ainda rendem muito pouco aos atletas – afirmou.

As fotos de um travesti caminhando sem roupa pelas ruas do bairro Cidade Baixa, na sexta-feira da semana passada, não tiveram a autenticidade confirmada.

 

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