Dia de Luta contra o Câncer Infantil reforça a importância do diagnóstico precoce

 

Era setembro de 2020 quando a família de Davi Miguel recebeu a notícia de que o pequeno estava com leucemia. “Ele começou a se queixar de dores abdominais, os vômitos ficaram recorrentes. Após 15 dias, percebemos que ele começou a ficar muito fraquinho, sem querer brincar e sem se alimentar. Quando fizemos os exames, descobrimos que ele estava com leucemia. Foi um dia muito triste”, relata a mãe, Denise França.

 

Já são quase dois anos lutando contra a doença, dividindo a rotina entre as sessões de quimioterapia na Liga Contra o Câncer e o acolhimento na Casa Durval Paiva. Assim como o pequeno Davi Miguel, muitas outras crianças enfrentam a mesma batalha. Em todos os casos, o diagnóstico precoce é o que faz a diferença no tratamento. É esse o alerta que o ‘Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil’, celebrado nesta terça-feira (15), deixa para todos os pais e responsáveis.

 

O diagnóstico precoce é a principal arma contra o câncer infantojuvenil. Ou seja, quanto mais cedo for diagnosticado, maiores serão as chances de cura. Segundo especialistas, na infância e adolescência, não há uma causa específica, em que se possa atuar prevenindo. Contudo, se diagnosticados precocemente, as chances de cura são de até 80%. Os principais tipos de câncer infantojuvenil são as leucemias (câncer da medula óssea), tumores do sistema nervoso central, linfomas (tumores do sistema linfático) e tumores sólidos como o neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms.

 

Dentre os sintomas mais visíveis da doença estão os vômitos acompanhados de dores de cabeça, dores nos ossos ou nas articulações, palidez repentina, febre frequente ou persistente, perda de peso, ínguas ou nódulos com crescimento rápido e sem dor, suor excessivo noturno, manchas roxas no corpo ou nas pálpebras e/ou reflexo de olho de gato.

 

Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostrou que o câncer infantil ainda é a principal causa de morte, entre crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos, no Brasil, e a segunda causa de óbito, neste grupo etário. No Rio Grande do Norte, o número é de 130 casos novos por ano (2020 – 2022). Destes, 70 casos previstos para meninos e 60 para meninas.

 

A escassez de políticas públicas, voltadas para este nicho de atendimento, fez com que a taxa de mortalidade do câncer infantojuvenil, no país, atingisse o dobro da verificada em países desenvolvidos, com uma média de 43,4 mortes por milhão. Esse patamar permanece estagnado há 20 anos, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Desiderata (2020).

 

Além de esbarrar em diversos obstáculos como: descarte de suspeita – por falta de informação das equipes da atenção básica, barreiras nos exames para precisão do diagnóstico, desarticulação da rede de atendimento primário, que resulta na demora entre o diagnóstico até o tratamento especializado, além de registros imprecisos.

 

A Casa Durval Paiva é uma referência no suporte ao tratamento de crianças e adolescentes, e realiza, desde 2002, a Campanha do Diagnóstico Precoce, divulgando os principais sinais de alerta do câncer infantojuvenil. Além de capacitar os profissionais da saúde, educação e áreas correlatas.

 

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