Carne fica até 65,4% mais cara em três anos e volta a ser artigo de luxo

 

A carne bovina está cada vez mais distante do prato dos natalenses. Em três anos, de 2019 a 2022, a carne de sol, típica iguaria nordestina ficou 65,4% mais cara na capital potiguar: passou de R$ 27,72 o quilo para R$ 45,86 o quilo. No mesmo período, outros cortes da proteína bovina também acompanharam esse ritmo de aumento. O preço do quilo de alcatra, considerada uma carne de primeira, subiu de R$ 30,17 para R$ 45,71, o que corresponde a uma alta de 51,5%. A carne de segunda também subiu e está mais cara hoje (R$ 32,52/kg) do que a carne de 1ª em 2019. Os dados, levantados pelo Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon Natal), são referentes ao mês de julho dos anos analisados.

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Na casa do natalense Carlos Neto, o churrasco do fim de semana ganhou uma nova cara por causa da carestia. A picanha – que está custando R$ 142 o quilo – deu lugar a novos cortes. “Agora a gente compra uma asinha de frango, uma costelinha de porco. Realmente, as coisas ficaram muito caras de uns tempos para cá e a gente faz o que dá, pesquisa, faz uma pechincha e assim vai. A gente, por exemplo, vem consumindo mais a carne suína agora, justamente por causa do preço da carne bovina”, diz.
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Em um açougue da zona Oeste de Natal, as vendas caíram aproximadamente 20%. A movimentação também apresenta redução em relação ao período pré-pandemia, diz Kleber Alves, gerente do estabelecimento. “O fluxo de gente diminuiu, as pessoas estão vindo com menos frequência porque o poder aquisitivo em geral diminuiu. Isso atinge a todos, produtores, vendedores e consumidores e a gente percebe porque a gente também vai ao açougue, ao supermercado. O que a gente tenta fazer é conversar com os clientes, oferecer a carne da promoção, explicar, dar alternativas”, destaca Kleber Alves.
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O Procon Natal também pesquisou o preço da carne de 2ª (músculo). O corte saltou de R$ 23,73/kg em julho de 2019 para R$ 32,52 no mês passado. Kleber Alves diz que a carne de 2ª acabou se tornando a primeira opção de muitos clientes. “A gente percebe isso. Quem comprava uma picanha agora está comprando um contrafilé, uma alcatra, coxão mole. A carne de 2ª também virou uma boa alternativa, fora o frango, o ovo, que também subiram, mas a gente tem esse trabalho de conversar com o cliente”, diz.
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Tribuna do Norte
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