A maldição da Copa… ‘Por Miguel Weber’
A maldição da Copa – Tudo começa numa sexta feira 13.
“…Ai dos que querem esconder profundamente o seu propósito do Senhor, e fazem as suas obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? E quem nos conhece?” Isaías 29:15
Sexta feira, dia 13 de Junho. Esse é o dia da primeira partida de futebol entre as seleções do México e Camarões no estádio Arenas das Dunas em Natal.
Havia um misto de ansiedade e revolta quanto a copa do mundo. Bastava observar um povo, outrora apaixonado por futebol, ainda reticente quanto ao maior espetáculo do esporte realizado em terra Brasílis.
A população se movimentava, turistas que se espalhavam pela cidade, comércio agitado, era dia de jogo.
Ainda na madrugada do dia 13, uma forte chuva caía sobre a cidade do sol. A priori, nada que preocupasse. Afinal, já estamos acostumados com o trânsito caótico, ruas alagadas e vários problemas ocasionados pela chuva.
Dessa vez, era diferente. Parecia que havia uma necessidade espiritual de aproveitar todos os holofotes mundiais e mandar um recado aos incrédulos.
A sexta feira 13, era apenas um dia de espetáculo. Porém, a copa do mundo já teria tido o ponta pé inicial, orquestrado e planejado passo a passo, há muito tempo.
Empreiteiras e suas sucessivas reuniões políticas, onde o que menos importava era legado, jogos, população. A discussão era sobre obras, vantagens. Propostas e contra propostas são oferecidas. Coletivas, pedra fundamentais, flashes.
A medida que as obras são executadas, parte (oportunista) da população se movimenta no intuito de também levar vantagem.
Não deu outra. A proporção que os turistas chegavam, os espertos se apresentavam. Taxistas e o uso indevido de bandeira 2, Hotéis que escolhiam seus hóspedes pelo idioma, restaurantes e seus “novos e atualizados” cardápios, descuidistas e até uma pessoa se vangloriando, em cadeia nacional, por ter vendido uma capa de chuva por 200 euros a uma senhora estrangeira.
Os céus, como numa prova de vingança, mostrou a sua força. A chuva não dava trégua e, assim como uma mulher na volta de uma festa, tratou de tirar uma maquiagem feita apenas para um evento.
Com essa força descomunal da natureza, a cidade passou a ver, literalmente por água a baixo, todos os planos de lucro escorrerem. Turistas adiantaram a saída dos seus hotéis, taxistas tinham dificuldade de circular pela cidade inundada, restaurantes vazios, festas suspensas e aqueles que vendiam capas de chuva a 200 euros, assistiam molhados a cidade sofrer.
Dessa vez, de forma quase inédita, vimos ricos desabrigados desocupando os seus luxuosos apartamentos, em bairros de classe A, com uma maleta na mão e andando na lama mais cara da cidade.
Dessa vez não era o discriminado povo do bairro de Mãe Luiza que invadia o rico bairro de Areia Preta. Era a lama de pequenas casas que desciam morro abaixo misturando-se com a lama do PIB.
Agora entendo qual o verdadeiro legado dessa copa. O que fica é a união de um povo sofrido, que em momento algum foi ouvido ou beneficiado por toda a movimentação milionária da copa do mundo, se unindo e dividindo o pouco que tem com tantos que com nada ficou.
Lá se vai a copa… cozinha, banheiro das casas. Os jogos continuam, todos os jogos, os de dentro e os fora do campo.
Agora há uma nova oportunidade de marcar um gol, é a famosa e famigerada AÇÃO EMERGENCIAL. Nesse jogo, vale tudo.
Vamos agora aguardar para ver se o dinheiro da recuperação da nossa cidade chegará na velocidade que chegou o dinheiro para a construção de estádios.
Vamos para o segundo tempo.
“Do Senhor dos Exércitos serás visitada com trovões, e com terremotos, e grande ruído com tufão de vento, e tempestade, e labareda de fogo consumidor.Isaías 29:6
Miguel Weber