Projeto troca plástico por cadeiras de rodas em Natal
Uma ação social do Colégio CEI (Romualdo Galvão e Roberto Freire) vai beneficiar pelo menos dez pessoas com a doação de cadeiras de rodas. Ao longo dos últimos seis meses, cerca de dois mil alunos foram mobilizados para o projeto “Eu CEI ser Consciente: Um abraço à campanha Tampinha da Inclusão”, além de pais, funcionários e professores, que arrecadaram 105 mil tampinhas de plásticos. A ideia é vender todo o material para que o valor seja revertido na compra de cadeiras de rodas. Os beneficiados serão escolhidos por meio de parcerias com instituições filantrópicas de Natal.
A diretora pedagógica do Colégio CEI, Cristine Rosado, diz que o objetivo é também mostrar aos estudantes que projetos como esse podem transformar a vida de outras pessoas. “Não negando a importância dos projetos assistenciais, quem tem fome precisa comer obviamente, mas a gente procura também projetos que transformem vidas. Aqui a gente tem um projeto de cisterna que dá água a quem não tem e agora iniciamos esse projeto que vai dar cadeiras de rodas para as pessoas que precisam”, comenta a diretora.
Rosado acrescenta que o engajamento dos alunos foi essencial para o sucesso da campanha. “Os alunos passavam nos condomínios, apertavam a campainha e pediam as tampinhas, pediam nas mesas dos restaurantes. Além disso, os profissionais também traziam nas bolsas as tampinhas, pediam também aos familiares que guardassem as tampinhas e assim foi acontecendo. A gente está bem feliz com o resultado, estamos realizados. E não para por aqui, queremos continuar com esse projeto”, destaca.
Durante os meses da campanha, foram arrecadadas tampas de sorvetes, margarinas, portes, garrafas e de demais materiais plásticos. Como forma de incentivar os alunos e aumentar as arrecadações para a campanha, a escola fez um trabalho de conscientização para destacar a importância de ações como essa e distribuiu coletores em todas as salas. Ainda como forma de engajar os alunos foi criado um ranking para avaliar as turmas que mais arrecadavam por semana, como detalha o professor Tairone Almeida.
“Foi interessante porque estamos falando de atitudes muito simples, como coletar uma tampinha, um pedaço de plástico pequeno, e quando a gente faz uma coisa simples como essa e que traz uma mudança lá na frente, a gente pode ver que a capacidade de mobilizar as pessoas para uma atitude solidária não precisa de coisas complexas. Foi uma ação que envolveu demais os alunos, eu postava um ranking semanal e eles gostavam, isso também incentivou”, destaca.
Tairone afirma que a ação, que teve a intermediação do vereador Tércio Tinoco, ajudou não só as pessoas que receberão as cadeiras, mas também contribuiu na preservação do meio ambiente. “Falar de reutilização, reúso, reciclagem, é falar de ciências. E os nossos alunos têm uma formação voltada para essa consciência socioambiental crítica, então falar desse assunto em sala de aula é algo comum. Falar desse assunto e trazer a prática com ações simples como essa, mas com um grande impacto, faz muita diferença”, diz.
Uma das alunas que se envolveu no projeto foi Liz Tinôco, de 13 anos. A estudante do 7º ano do CEI Romualdo foi uma das líderes de coleta. “Foi uma experiência muito legal porque é um simples ato que pode ajudar muitas pessoas. Nas salas a gente sempre promovia a ação para fazer com que mais alunos também participasse, quando eu ia nos restaurantes também ficava juntando as tampinhas. Foi muito legal”, conta.
A diretora pedagógica Cristine Rosado diz que agora a ideia é seguir promovendo ações como a Tampinha da Inclusão nos próximos anos. “Nesse ano a gente vai poder proporcionar a compra de 10 cadeiras e quem sabe no ano que vem a gente não dobra essa meta”, diz. Ainda segundo a gestora, o objetivo é seguir promovendo pautas de inclusão, sustentabilidade e inclusão entre os estudantes. “Inclusão é uma temática central. Para a pessoa ser incluída ela precisa dos artefatos e essa campanha contribui para isso”, complementa.
Tribuna do Norte