Professor morre mesmo após tratamento com cloroquina

O professor Valdemar Gomes vivia a expectativa de receber o diploma de doutorado em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC. Era o assunto que ele passou a se empenhar nos últimos anos, tendo sido, inclusive, um dos fundadores do cursinho popular da PUC-SP para vestibulandos de baixa renda.

No entanto, Valdemar morreu no último domingo (5), vítima do novo coronavírus. Não teve tempo de receber seu diploma nem de se despedir da mulher, Lidia Fabiana, e dos filhos Guilherme Jorge, de 13 anos, e Letícia Aparecida, de 17.

Aos 47 anos, completados no dia 11 de março, Valdemar Gomes não tinha comorbidades que o deixariam no grupo de risco para o coronavírus. Também não fumava e mantinha uma vida movimentada com as aulas diurnas e noturnas. Por isso, a morte pegou todos de surpresa. Foram 19 dias desde a primeira consulta por causa dos sintomas até o óbito.

Logo após a morte, as redes sociais do professor foram “invadidas” por estudantes e colegas de profissão. Ele dava aula na EMEF Dona Jenny Gomes e em cursos de extensão. Negro e nascido em Miracema do Tocantins, Valdemar abordava bastante as questões raciais e lutava por igualdade.

“O que ele mais queria era entrar em uma universidade pública como professor. Por isso terminou o doutorado recentemente, o diploma até já estava pronto, mas por causa dessa pandemia não entregaram ainda”, conta a esposa, que tem 43 anos e é assistente social. Eles ficaram juntos durante 25 anos, sendo 21 casados.

Jovem Pan

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