Pesquisa da UFRN usa semente da caatinga para combate ao mosquito Aedes aegypti

A ocorrência do casos de Zika, dengue e chikungunya no país e de modo particular no Rio Grande do Norte, levou pesquisadores do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) a buscarem alternativas para minimizar os problemas causados pelo Aedes aegypti. Como proposta, o grupo analisará as relações entre o inseto, ambiente, o vírus e humanos, além de testar extratos de plantas na mortalidade do inseto e, também, discutirá ações educativas voltadas ao esclarecimento da população.

O projeto Culicídeos e vírus Zika: Bioecologia, prevenção e controle do Aedes aegypti no Rio Grande do Norte – Ações integradas de pesquisa, ensino e extensão está entre os selecionados pelo Ministério da Saúde, na chamada pública para apoiar projetos de pesquisa no combate ao vírus Zika e no combate ao mosquito Aedes aegypti. Todos os trabalhos selecionados receberão investimento específico do Governo Federal.

A pesquisadora Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes, coordenadora do projeto aprovado defende o investimentos em pesquisas que possam apresentar novas alternativas de controle de mosquitos. “Os inseticidas são importantes, mas causam problemas às pessoas e ao ambiente. Alguns produtos vegetais, bactérias e fungos vêm mostrando resultados promissores e instigam novas pesquisas e testes”, reforçou.

Dentre os resultados obtidos em laboratório, o uso de extrato de sementes de plantas da caatinga e outras plantas têm mostrado bons efeitos na mortalidade de larvas, pupas e na forma adulta do Aedes aegypti.

A ampliação do conhecimento acerca das relações bioecológicas no caso do Aedes, ou seja, entre vírus e hospedeiro é determinante para que as medidas a serem adotadas para o controle do mosquito sejam adaptadas e efetivas. Por essa razão, os pesquisadores querem estudar mais a fundo o Aedes aegypti e seu ambiente, respeitando as características do semiárido brasileiro. Assim, podem contribuir para que outras formas de controle, mais eficazes e duradouras, por meio da educação e cultura, em regiões com características diferentes, sejam ao mesmo tempo adotadas pela gestão pública. O projeto ainda prioriza a análise e discussão das condições de saneamento básico e a prevenção de doenças.

“O projeto apresenta-se como um conjunto articulado de ações de caráter interdisciplinar a serem desenvolvidas. Os conhecimentos científicos e tecnológicos colocados ao alcance da população por meio da pesquisa e formação de pessoas podem promover seu emprego nas atividades cotidianas e na prevenção”, reforça a pesquisadora. A coordenadora do projeto, Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes, acredita na reversão do quadro atual.

O projeto será concluído em quatro anos e conta com a participação de pesquisadores da UFRN, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP-RN) e estudantes de cursos de graduação, mestrado e doutorado.

Investimento

O Governo Federal divulgou a relação dos 71 estudos sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do vírus zika e doenças correlacionadas. O objetivo é potencializar a produção de conhecimento científico e tecnológico para o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) declarada em função da alteração do padrão de ocorrência de microcefalia no Brasil, decorrente da infecção pelo vírus zika.

Com informações da UFRN

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