Lula começa agenda oficial e assume negociações de transição em Brasília

 

BAND – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negocia com chefes dos poderes em Brasília, nesta quarta-feira (9), mudanças no orçamento enviado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para o ano que vem.

 

Em primeiro compromisso oficial de transição, Lula vai debater a proposta com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) antes de apresentá-la.

 

Até agora, as conversas sobre a PEC da Transição (Proposta de Emenda à Constituição) que abre espaço no Orçamento de 2023, ou outras alternativas para financiar a manutenção de programas sociais e de salário, eram comandadas pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Ele e lideranças do PT se reuniram com políticos bancada a bancada em busca de apoio às medidas.

 

Lula chegou a Brasília na noite de terça. A agenda prevê que ele se reúna em separado com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.

 

À tarde, deve se encontrar com dois ministros do Judiciário: a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

 

Equipe

 

Os trabalhos técnicos de transição de governo acontecem no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde foram instalhados gabinetes de transição, como determina a lei.

 

Alckmin é o coordenador-geral da equipe de transição. O futuro governo tem direito a 50 cargos remunerados para a equipe, mas também pode contar com trabalhadores voluntários. O PT estima que mais de 100 pessoas atuarão no CCBB até a posse de Lula, em 1º de janeiro de 2023.

 

São 31 grupos temáticos, com objetivo de “debater e produzir subsídios para elaboração de relatório final de transição”.

 

Na terça-feira, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin anunciou os primeiros nomes da equipe.

 

Na economia,  Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, e Guilherme Mello vão atuar junto de Pérsio Arida e André Lara Resende, que ajudaram na criação do Plano Real.

 

Questionado, Geraldo Alckmin negou que os escolhidos tenham visões opostas. “São complementares”, disse. E a participação de Guido Mantega, de acordo com Alckmin, não está descartada.

 

A prioridade do novo governo é aprovar no Congresso a proposta que permite furar o teto de gastos para pagar os R$ 600 do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família. Além disso, manter os serviços públicos funcionando, segundo o vice-presidente eleito.

 

Um dos cotados para comandar a Economia, o ex-ministro Henrique Meirelles afirma que – até agora –não foi convidado para exercer cargos no futuro do governo.

 

Na área social, Simone Tebet – que apoiou Lula no segundo turno – estará ao lado de Márcia Lopes, André Quintão e da ex-ministra Tereza Campello. Os grupos temáticos são organizados pelo ex-ministro Aloizio Mercadante.

 

O deputado federal eleito Guilherme Boulos, do PSOL, vai integrar a equipe de transição para ajudar a desenhar uma política de moradia.

 

Cotado para a pasta das Cidades, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto garantiu que uma coisa nada tem a ver com a outra:

 

Em São Paulo, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad se reuniu com voluntários que vão ajudar a fazer um diagnóstico do setor.

 

Na equipe de transição, Gleisi Hoffmann está responsável pelas relações institucionais e Floriano Pêsaro, ex-deputado e homem de confiança de Geraldo Alckmin, vai tocar as áreas administrativa e jurídica.

 

No Congresso, assim como o PSD, de Gilberto Kassab, o MDB foi convidado a fazer parte da base do novo governo.

 

Segundo o presidente do partido, Baleia Rossi, a decisão vai depender dos integrantes da legenda.

 

 Até agora, o Conselho Político do governo de transição conta com 12 partidos: PSD, PSB, Agir, Pros, PT, Avante, Solidariedade, PV, PSOL, PC do B, Rede e PDT. Com o possível apoio do MDB, a base do futuro governo no Congresso pode chegar 228 deputados e 36 senadores.

 

A esposa de Lula, Janja, ficará responsável por decidir os detalhes da posse, no 1º de janeiro.

 

O PL, de Jair Bolsonaro, confirma que vai fazer oposição ao novo governo.

 

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