Diferente do Holocausto, quando a gente não sabia o que estava acontecendo, hoje em dia, pelas redes sociais, acompanhamos tudo em tempo real.
Os atentados ocorridos na França, nesta sexta-feira, também foram pauta de debate na Fliporto, que ocorre neste fim de semana, em Olinda. Na mesa com Eric Nepomuceno e Luize Valente e mediação de Mona Dorf, cujo tema era Passado presente. Glórias e mazelas da memória e da história, foi inevitável trazer o assunto à tona.
“Diferente do Holocausto, quando a gente não sabia o que estava acontecendo, hoje em dia, pelas redes sociais, acompanhamos tudo em tempo real. Recebíamos a notícia ontem enquanto a Fliporto iniciava. Acompamos o que o Estado Islâmico está fazendo e, neste momento, as pessoas não estão saindo de casa, estão limitadas no seu direito de ir e vir. Ao mesmo tempo, há a questão da grande migração de refugiados sírios, africanos… Então saber como essas memórias serão contadas”, provocou Mona Dorf.
Luize Valente destacou o choque pelas notícias vindas da França pelo fato de que Paris é uma cidade que as pessoas sempre pensam que poderiam estar lá no momento dos ataques. Lembrou que de 2000 a 2015 houve 15 conflitos armados ao redor do mundo, envolvendo vários países e que a questão da síria se arrasta por quatro anos, tendo se intensificados nos últimos dois.
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“Em 2001 era a Al Qaeda, ontem, o Estado Islâmico. Vemos um crescimento do movimento terrorista e o que me preocupa é que não há o que ser feito. Intervir na Síria? Em todos os conflitos, vemos que não dá em nada, só aumenta a violência, como ocorreu no Afeganistão e no Iraque”, pontuou.
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Já Eric Nepomuceno, em uma rápida fala, alertou que os Estados Unidos não podem se colocar como vítimas dos atentados, pois “eles são vitimários do mundo”, em menção a outros conflitos liderados pelos EUA.