Cientistas de Hong Kong confirmam 1º caso de reinfecção por Covid-19

Um cidadão de Hong Kong que se recuperou de Covid-19 foi infectado novamente quatro meses e meio depois. Trata-se do primeiro caso confirmado de reinfecção pela doença em seres humanos, disseram cientistas da região semiautônoma nesta segunda-feira 24.

A descoberta indica que a doença, que já matou mais de 800 mil pessoas no mundo todo, pode continuar se espalhando entre a população global apesar da imunidade de rebanho, segundo os pesquisadores.

O homem de 33 anos se curou do novo coronavírus e recebeu, em abril, alta do hospital em que estava. Contudo, testou novamente positivo para o vírus após voltar de uma viagem à Espanha, passando pelo Reino Unido, no dia 15 de agosto.

O paciente parecia estar saudável, afirmaram os cientistas no relatório, que foi aceito pelo jornal acadêmico Clinical Infectious Diseases. Eles descobriram que o paciente contraiu um tipo diferente do vírus que havia contraído antes, e permaneceu assintomático para essa segunda infecção.

“A descoberta não significa que tomar a vacina será inútil”, afirmou o médico Kai-Wang To, um dos autores do documento. “A imunidade induzida pela vacinação pode ser diferente daquela induzida por infecção natural”, explicou ele. “É preciso esperar os resultados dos testes das vacinas para ver o quão eficazes elas são.”

A epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS) Maria Van Kerkhove disse nesta segunda que não há necessidade de tirar conclusões apressadas em resposta ao caso de Hong Kong.

Explicações

Casos de pessoas que tiveram alta de hospitais e testaram novamente positivo para o novo coronavírus também foram registrados na China. No entanto, nestes casos, não ficou claro se eles contraíram a doença de novo depois de se recuperarem por completo – como o exemplo de Hong Kong – ou se eles ainda estavam com o vírus da primeira infecção no organismo.

O número preliminar de pacientes chineses que testaram positivo para a doença pela segunda vez, após serem liberados do hospital, é de 5% a 15%, afirmou Wang Guiqiang, especialista em doenças infecciosas de um grupo na China especialista em tratamento de Covid-19, durante uma entrevista coletiva em maio.

Uma explicação para esse fato é que o vírus ainda existia nos pulmões dos pacientes, mas não foi detectado nas amostras colhidas nas partes superiores do sistema respiratório, explicou Guiqiang. Outras causas possíveis são baixa sensibilidade a testes e imunidade fraca, que podem levar a resultados positivos persistentes.

*Com informações da CNN Brasil

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