Bispo de Rondonópolis morre aos 74 anos, vítima do coronavírus

 

Não resistiu. Dom Juventino Kestering, bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, perdeu a luta pela vida.

 

Entrou para a estatística das vítimas fatais da Covid-19.

 

O prelado, de 74 anos, estava internado há 17 dias no hospital de uma cooperativa médica em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) e morreu por volta de 10 horas deste domingo (28).

 

Debilitado por uma leucemia, contra a qual lutava há mais de cinco anos, o prelado não resistiu.

 

A Diocese divulgou nota sobre o falecimento, mas não informou sobre o velório e o sepultamento.

 

Dom Juventino era catarinense e foi o terceiro bispo de Rondonópolis.

 

Em 22 de março de 1998, sucedeu ao bispo Dom Osório Stoffel, que foi alcançado pela expulsória canônica aos 75 anos.

 

O primeiro bispo da cidade foi Dom Wunibaldo Godchard Talleur.

 

Ao ser designado pela Santa Sé para a Diocese de Rondonópolis, Dom Juventino foi recebido com ressalva pela comunidade católica.

 

Afinal, ele sucederia os bispos Wunibaldo Talleur e Osório Stoffel – dois grandes nomes da igreja católica naquela cidade -, mas com paciência e insistente trabalho pastoral, o novo prelado caiu nas graças dos católicos.

 

Sem se envolver politicamente nem adotar posicionamento radical nas questões sociais e ambientais, Dom Juventino foi um bispo essencialmente evangelizador.

 

Antes dele, os bispos de Rondonópolis se destacaram por atuações além da evangelização.

 

O primeiro bispo, Dom Wunibaldo Talleur, teve destacado papel na criação de escolas em Rondonópolis e região, mas se tornou figura respeitada por seu gesto, que, em 25 de novembro de 1961, transferiu a sede da Prelazia de Chapada dos Guimarães para Rondonópolis.

 

Em outras palavras, a decisão soou como um golpe eclesiástico contra Chapada, que se tornou paróquia de sua antiga paróquia.

 

Dom Osório, além de ambientalista militante, foi um dos fiadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MS) em Mato Grosso.

 

O MST iniciou suas ações nos municípios mato-grossenses a partir de sua sede rondonopolitana; com Dom Osório, a prelazia foi elevada à diocese.

 

Dentre religiosos da igreja católica, Dom Juventino foi a segunda vítima da Covid-19 em Mato Grosso.

 

Em Juína (735 km a Noroeste de Cuiabá), o padre José Milton Dias, de 65 anos, não resistiu à doença e faleceu em 27 de fevereiro passado.

 

Diário de Cuiabá

 

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