Dia: 21 de março de 2025

Como uma iniciativa liderada por jovens católicos de Uganda está respondendo à Laudato Si’ do Papa Francisco

 

Em todo o Uganda, os jovens estão a liderar a ação climática, combinando a fé com soluções tangíveis. Das escolas e universidades às dioceses, estes jovens são pioneiros em projectos de sustentabilidade que se estendem para além das fronteiras, chegando agora ao Quénia e à Tanzânia. No centro deste esforço está a Iniciativa Laudato Jovem (ILJ), uma força dinâmica sediada no Centro de Justiça e Paz João Paulo II, na capital do Uganda, Kampala. Embora operando a partir de um modesto escritório de uma sala, a LYI coordena uma vasta rede de jovens líderes apaixonados e empenhados na transformação ecológica.

 

Uma Iniciativa Movida pela Fé

 

O Irmão Adolf Mugume, C.S.C., tem sido fundamental na orientação desses jovens, orientando-os a desenvolver soluções centradas na África para os desafios climáticos. Sob sua liderança, os participantes da ILJ se engajaram no plantio de árvores, educação cívica, conscientização sobre saúde mental, defesa da mídia por meio de narrativas digitais e inovações científicas de sustentabilidade. Sua abordagem aproveita as mídias sociais e a tecnologia para envolver os jovens de Uganda—entre a população mais jovem do mundo—em ações climáticas que se relacionam com suas experiências.

 

“Somos chamados a cuidar de nossa casa comum, conforme solicitado pelo Papa Francisco na Laudato Si’”, explica o irmão Adolf. “Nosso trabalho está profundamente enraizado nos ensinamentos sociais católicos, nas leis ambientais de Uganda e até mesmo na História dos Mártires de Uganda, que inspira conversas sobre fé, sustentabilidade ecológica e valores culturais. Precisamos agir agora, alinhando nossos esforços com o apelo da Laudate Deum e a urgência do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13.”

 

Jovens que Unem Gerações

 

Sua abordagem envolve a criação de “Clubes Laudato Si” e a orientação de uma geração de jovens sensíveis ao clima, conhecidos como “Jovens Laudato”. Uma jovem líder inspiradora da ILJ é Sarah Kirikumwino, recém-formada no ensino médio e líder dos Clubes Laudato Si’. Ela facilitou diálogos entre gerações, garantindo que jovens e idosos trabalhem juntos pela sustentabilidade.

 

“Sarah está ajudando os jovens a se verem como parte da solução, não do problema”, reflete o irmão Adolf. “Ao orientar os mais velhos a apreciar as práticas sustentáveis por meio do serviço comunitário, ela promove o aprendizado e a aceitação entre as gerações.”

 

Inovação e Ação no Campo

 

The initiative is hands-on, with youth immediately applying their skills to climate projects. ILJ members actively document climate change stories, such as Immaculate Kisembo’s report on rising heat waves affecting students. Meanwhile, young innovators are addressing environmental hazards with practical solutions. At Holy Cross Lake View S.S.S in Jinja, students developed a solar tracking system to optimize energy efficiency and designed a miniature helicopter for flood and landslide rescue missions.

 

“Os professores dedicados da Santa Cruz são verdadeiros educadores”, observa Sarah. “Eles incutem valores de fé e serviço enquanto preparam os alunos para enfrentar problemas do mundo real com criatividade e resiliência.”

 

Crescendo Além das Fronteiras

 

O impacto da ILJ está se expandindo, impulsionado por seu compromisso com o envolvimento das bases. “A verdadeira mudança vem de dentro da comunidade”, enfatiza o irmão Adolf. “Ao envolver igrejas, líderes e famílias locais, garantimos que nossas iniciativas sejam mais do que apenas intervenções temporárias—elas se tornam parte do modo de vida da comunidade.”

 

Projetos recentes refletem o alcance cada vez maior da ILJ:

 

  • Uma iniciativa de plantio de um milhão de árvores para promover o reflorestamento e a restauração ecológica.
  • Iniciativas de agricultura inteligente que ensinam técnicas agrícolas sustentáveis.
  • A Campanha do Ano do Jubileu dos Peregrinos da Esperança Verde, que mobiliza as comunidades religiosas para a ação climática.
  • Esforços de Pesquisa e Publicação, incluindo apresentações sobre a promoção da responsabilidade ambiental em eventos acadêmicos importantes.

 

Embora a ILJ opere com recursos limitados, o compromisso de seus membros é inabalável. “Com parcerias estratégicas e a generosidade dos benfeitores, podemos aumentar exponencialmente nosso impacto entre os jovens da África Oriental”, observa o irmão Adolf.

 

À medida que a ILJ continua a se expandir, ela não está apenas abordando as preocupações imediatas com o clima, mas também formando uma geração preparada para enfrentar futuros desafios ambientais. Ao integrar fé e ação, a Iniciativa Iniciativa Laudato Jovem está provando que os jovens não são apenas participantes do esforço climático—eles o estão liderando.

 

Via https://plataformadeacaolaudatosi.org/

 

Compartilhe aqui:

MapBiomas alerta: Brasil tem cada vez menos água

 

As secas pelo país levaram o Brasil a registrar redução na superfície de água pelo segundo ano consecutivo. A perda total no ano passado foi de 400 mil hectares, uma área maior do que duas vezes e meia a cidade de São Paulo. Em 2023, a redução da superfície de água no país foi ainda maior: 571 mil hectares, uma área do tamanho de todo o Distrito Federal. Os dados são de uma pesquisa do MapBiomas, divulgada nesta sexta-feira (21/3), que analisou números dos últimos 40 anos.

 

O Pantanal foi o bioma mais prejudicado, perdendo 61% da cobertura no ano passado. Segundo os pesquisadores, a ocupação e o uso da terra no Brasil, junto com eventos climáticos extremos causados pelo aquecimento global, deixam o país mais seco.

 

Isso liga o alerta sobre a necessidade de estratégias adaptativas de gestão hídrica e políticas públicas. Em dois anos, a área seca no país cresceu mais de 900 mil hectares, o equivalente a duas vezes o Distrito Federal.

 

Em 2024, houve redução de 2% da cobertura de água em relação a 2023, passando de 18,3 milhões de hectares para 17,9 milhões de hectares. O número é 4% abaixo da média da série histórica, o que confirma uma tendência de redução, como explica a pesquisadora do MapBiomas Água, Mariana Dias.

 

“Isso foi muito influenciado pela grande seca da Amazônia. A Amazônia enfrentou em 2024 um período de seca extrema, sem precedentes, com grandes rios secando, muitas áreas ficando emersas e, paralelamente, a gente observou grandes cheias, enchentes sem precedentes na região sul do país, no bioma Pampa, na transição do Pampa com a  Mata Atlântica, que ocasionaram um grande impacto para a população.”

 

A pesquisa também mostra que, desde 2009, apenas o ano de 2022 registrou aumento da superfície de água no Brasil, sendo que oito dos dez anos mais secos ocorreram na última década. Além disso, a água armazenada em hidrelétricas, reservatórios e áreas de mineração cresceu 54% em relação a 1985, ou 1,5 milhão de hectares a mais.

 

Mas esse ganho não reverteu a tendência geral de redução. No ano passado, a maior perda foi registrada em rios e lagos, que respondem por 77% da cobertura de água no Brasil, com redução de 15%, ou 2,4 milhões de hectares a menos de superfície natural em comparação com 1985.

 

A Amazônia, que tem mais da metade da água do país, sofreu uma seca extrema no ano passado e teve queda de 3,6% em relação à extensão média de água no bioma.

 

Compartilhe aqui:

Especialistas alertam para os impactos ambientais do uso da IA

 

Usar as redes sociais, participar de videoconferências, assistir filmes em plataformas, mandar fotos para os amigos e fazer o uso cotidiano da inteligência artificial. Pessoas, governos e empresas dependem cada vez mais de tecnologias de informação e comunicação. O que nem todo mundo vê é que o aumento da demanda por esses serviços traz impactos ao meio ambiente. Segundo a Agência Internacional de Energia,  cerca de 7% da eletricidade consumida no mundo é atualmente usada por essa infraestrutura. O consumo mundial pode dobrar em 2026 em relação a 2022, quando foi de 460 terawatts / hora (TWh). Uma quantidade de energia equivalente a 90% de tudo que o Brasil consumiu naquele ano. Uma das principais causas são as ferramentas de inteligência artificial, segundo divulgado neste mês pela revista Fapesp. Cada pergunta simples respondida pelo ChatGPT, por exemplo, consome dez vezes mais energia que uma busca similar feita no Google. 

 

Para combater essa tendência, algumas propostas incluem elevar a eficiência energética das máquinas e priorizar o uso de energias renováveis em data centers. Quem explica é o especialista em tecnologia e inovação Arthur Igreja. Segundo Arthur, o sucesso do chatbot chinês DeepSeek, lançado em janeiro e que apresentou desempenho comparável ao dos modelos da OpenAI e do Google, entram nesse contexto.

 

“Nós temos a questão da utilização de fontes de energia renováveis justamente para alimentar esses centros de dados. Então o Brasil aí pode ser um protagonista da sua matriz. Mas eu diria que a coisa mais promissora que existe são estratégias de treinamento aprendizado aí no campo do software, no campo do algoritmo. E é por isso que o evento da Deep Seek foi tão importante. Porque evidenciou isso. que é possível utilizar a IA com muito poder e uma de uma forma mais enxuta.”

 

O autoconsumo de água pelas infraestruturas de inteligência artificial também preocupa. A maioria dos grandes data centers do mundo utilizam refrigeração líquida para equipamentos de grande porte.  Um dos chatbots do chat GPT-3, por exemplo,  consumiu em média uma garrafa de meio litro de água para cerca de 10 a 15 respostas de tamanho médio. Para Arthur Igreja, existem opções viáveis para enfrentar esse problema ambiental.

 

“Por exemplo, vários data centers têm sido instalado já em regiões mais frias. Alguns são até submersos, porque aí você demanda menos estrutura de arrefecimento. E aí é claro, nós temos essa promessa de chips quânticos que aumentariam drasticamente o poderio da IA. Então com o consumo energético menor; Fazendo comparativo com o processamento feito. Enfim, são várias frentes complementares, eu diria.”

 

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, os governos devem estabelecer padrões para medir o impacto ambiental da inteligência artificial.

 

Compartilhe aqui: